21/09/2006

Telma vê total rearranjo no centro da disputa pelo poder no País

“Um rearranjo no centro da disputa pelo poder”. Em linhas gerais foi essa a definição da deputada federal Telma de Souza (PT-SP), hoje (21), diante de uma platéia de estudantes, ao falar sobre o que espera como resultado das urnas em primeiro de outubro. Reafirmando sua opinião de que as instituições brasileiras estão sendo fortalecidas e o sistema democrático está sendo aperfeiçoado, muitas vezes a duras penas, a deputada esboçou as premissas de uma análise sobre a conjuntura política pós-eleitoral. “Há um modelo político que já se esgotou, que é um modelo criado pelo ex-presidente Fernando Henrique. Eu estou falando do modelo político, da disputa no centro da discussão pelo poder, que terá de ser reinventada. É uma reflexão para mim, e são muitos os desafios, pois não é fácil fazer política”, disse. À convite do professor Jorge Rodrigues do Vale, diretor da escola técnica Treinasse, Telma esteve presente na companhia de outros candidatos. Além de política, ela falou sobre educação e a exploração de gás e petróleo na bacia de Santos. O ambiente escolar trouxe à tona o lado professoral da deputada, formada em pedagogia, e que na análise realizada, flertou com a sociologia e a teoria política. Segundo avaliou, a lógica do sistema capitalista, neste ato representada pelo marketing, acaba submetendo a política a uma série de comandos determinados, ditando inclusive as disputas ideológicas. Dessa forma, avalia Telma, o panorama político esteve liderado por dois blocos distintos, um, capitaneado pelo ex-presidente, o sociólogo, letrado, intelectual, e o outro, liderado pelo operário, pobre, mutilado pelo seu ofício, que não teve a oportunidade de estudar e carregando em si os anseios do povo. Do resultado das urnas, e até mesmo pelo fato de o presidente Lula não poder concorrer a um terceiro mandato, e em função das reformas necessárias ao sistema político, Telma acredita em mudanças significativas. “A reforma política ajudará nesta busca, mas são necessárias outras formas para aprofundar as relações de democracia, para que o espaço político para as próximas gerações seja mais democrático. É uma discussão que tem de envolver o país inteiro, de como se fazer representar, de como poder escolher melhor a pessoa que pode representar você por quatro anos, porque quando há um poder econômico metralhando a cabeça das pessoas, fica muito difícil romper esta camada da mídia, no sentido de contribuirmos com novas visões sobre a própria sociedade”, disse. Ainda sobre a questão do poder do marketing e das campanhas Telma ponderou: “O grande desafio é, num país emergente economicamente, fazer com que venha a construção de uma liberdade, de as pessoas irem votar com tal nível de consciência pretendido”, disse. “Essa construção está além da política, passa pelo caráter, pelo papel dos meios de comunicação. Quando vemos toda uma exploração pelo marketing, que dita uma série de comandos, a política acaba sendo submetida também a uma ação de comando do marketing”, afirmou. “Para mim ainda é uma idéia nova, mas os centros de poder do país vão ser totalmente rearranjados. Acho que a governabilidade vai se dar a partir de um plano de governo onde todos os partidos terão de ser chamados”.    

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