A deputada estadual Telma de Souza (PT-SP) repudia veementemente as declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que contêm preconceito racial e ataques a homossexuais. Para que posicionamentos equivocados como esses não fiquem impunes, a parlamentar pede investigação aos órgãos competentes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. No programa CQC, da TV Bandeirantes, na última segunda-feira, o deputado do PP classificou como “promiscuidade” a hipótese de um filho seu ter qualquer relacionamento afetivo com uma mulher negra, após ser questionado pela cantora e atriz Preta Gil sobre a possibilidade. Na mesma indagação, porém sobre o que faria caso tivesse um filho homossexual, ele respondeu que não corre esse risco, pois seus filhos teriam sido bem educados. O posicionamento de Bolsonaro é lamentável, avalia Telma, que introduziu a discussão na Assembleia Legislativa de São Paulo, na última quinta-feira. Para ela, preconceitos são sempre inadmissíveis, especialmente na sociedade moderna e, além disso, o deputado fere a Constituição Federal, no seu artigo 5º, que prega a igualdade de todos, independente de raça, cor, credo ou posicionamento social. Quarta Secretária da Assembleia, Telma também afirma que a fala de Bolsonaro vai de encontro às políticas de igualdade racial e de combate à homofobia em desenvolvimento pelo Governo Federal, como o Disque 100, uma central telefônica para a denúncia de crimes contra homossexuais, lançado pela ministra Maria do Rosário e a senadora Marta Suplicy. Diante da incompatibilidade da atuação parlamentar com as declarações, Telma quer providências da Câmara Federal, do Ministério Público Federal, do Ministério da Justiça, da Secretaria de Direitos Humanos, do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.