20/09/2006

Telma questiona: a quem, afinal, interessa tudo isso?

“São intempestivas e fora de propósito as tentativas de vincular Lula à questão do dossiê contra José Serra. É mais uma tentativa desesperada do PSDB e do PFL de virar a mesa e vencer no tapetão o pleito que perderão nas urnas. O escritor Conan Doyle, ao escrever os livros de Sherlock Holmes, criou uma expressão que se tornou tão célebre quanto conhecida: ‘a quem interessa o crime?’. Basta fazer essa pergunta para perceber que ao presidente Lula, de modo algum interessa, já que ele tem uma confortável vantagem nas pesquisas, todas indicando até agora sua vitória já no primeiro turno. Então a quem interessa essa confusão?”, questionou hoje (20) a deputada federal Telma de Souza (PT-SP). A deputada avalia que por não ter nada a perder, tucanos e pefelistas adotam o vale tudo para tentar desestabilizar o processo eleitoral e o próprio país. “Como disse o presidente Lula, é preciso levar em conta a quem interessa melar a eleição no Brasil, porque o quadro é muito claro a este respeito”, disse. O Ministro da Defesa, Waldir Pires, alertou ontem (19), que está em curso “uma tentativa de interromper o processo democrático”. Para ele, “tentar atingir precipitadamente o presidente Lula é mostrar a verdadeira intenção; eles jamais respeitaram a legitimidade do voto popular, historicamente, sempre se portaram assim”. Pires acrescentou ainda: "Eu ainda jovem acompanhei a construção da farsa do mar de lama que levou Getúlio Vargas ao suicídio. Ao iniciar minha carreira política, assisti as tentativas contra Juscelino Kubitschek, e dentro do Palácio, vivi toda a trama para a deposição do presidente João Goulart". Por sua vez, o professor Dalmo Dallari, um dos juristas mais respeitados do país, em entrevista na terça-feira (19), disse que o pedido de impugnação feito pelo PSDB e pelo PFL à Justiça Eleitoral “é pura encenação eleitoral”. Para o jurista, o pedido “não tem a mínima consistência” e completou: “O que me chama a atenção é que essas ameaças de ação judicial estão sendo usadas como cortina de fumaça para que não se pergunte sobre o conteúdo do dossiê”. Mais à frente ele afirma: “O PSDB faz bravata com a intenção de desviar a atenção do conteúdo do dossiê”. Apuração de tudo - “Creio que as denúncias referentes ao dossiê contra José Serra, o candidato tucano ao Governo de São Paulo, devem ser apuradas integralmente, como já pediu o presidente Lula, doa a quem doer. Mas deve ser apuração inteira realmente, porque não é possível ignorar que, se a compra de denúncias contra Serra é grave, tão ou mais graves são as informações publicadas pela revista “Isto É”, supostamente originadas no mesmo dossiê”, cobrou Telma.“Agora ficamos sabendo, por exemplo, que das 891 ambulâncias vendidas pela Planam por meio da Máfia dos Sanguessugas, entre os anos 2000 e 2004, nada menos que 681, 70% do total, tiveram verbas liberadas até 2002, dentro da gestão dos tucanos Serra e Negri, dinheiro repassado, em alguns casos, nos dias 30 e 31 de dezembro de 2002, véspera da posse de Lula”, disse a deputada. Telma fez ainda outra advertência. “O PT vem sendo acusado sistematicamente como se fosse o autor do esquema dos sanguessugas, quando se trata de mecanismo muito anterior e denunciado por nós. As novas informações apontam ligações dos sanguessugas com Serra ao tempo em que foi ministro da Saúde de Fernando Henrique Cardoso, e também de seu sucessor no mesmo ministério, Barjas Negri. Convido os que não tomaram conhecimento da reportagem a lerem o material com isenção e verificarem se o que estou dizendo é incorreto”, sugeriu Telma aos eleitores.Clique nesta linha para ver reprodução da reportagem da Isto É Serra e Negri na CPI – Tão graves são os fatos, que a CPI dos Sanguessugas vai convocar José Serra e Barjas Negri para depor em 4 de outubro próximo. “Ele só não foi [convocado] anteriormente porque houve, digamos assim, um consenso entre integrantes da comissão que não era bom levar qualquer investigação no campo da disputa política”, explicou Antonio Carlos Biscaia, presidente da CPI. O deputado afirmou que a CPI investigará também Barjas Negri, que sucedeu Serra no Ministério da Saúde, “em razão dessas novas provas” apresentadas pela família Vedoin, apontada como operadora do esquema.           

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