06/09/2006

Telma propõe dia nacional de combate à sífilis congênita

“É revoltante ver que uma atitude relapsa quanto a uma doença de diagnóstico e tratamento tão acessíveis resulte inclusive na possibilidade de morte do feto ou recém-nascido”, critica Telma          “A sífilis congênita é mais uma das doenças de grave repercussão sobre o feto. O diagnóstico e tratamento oportunos evitam transtornos gravíssimos como o óbito, deformidades em ossos e dentes, problemas respiratórios e pneumonias, retardo mental, surdez e lesões cutâneas graves.” O alerta é da deputada federal Telma de Souza (PT-SP) em projeto de lei de sua autoria, apresentado hoje (06/09) na Câmara Federal, propondo a instituição do Dia Nacional de Combate à Sífilis Congênita.    A proposta sugere que o evento ocorra, anualmente, no terceiro sábado de outubro, com o estímulo à participação dos profissionais e gestores de saúde nas atividades, com vistas a enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da sífilis na gestante durante o pré-natal. “A sífilis congênita é mais um dos problemas que trazem indignação por sua persistência entre a nossa população. De fácil identificação e tratamento, é inadmissível que ela continue a se manifestar entre os recém-nascidos do Brasil. Afinal de contas, o agente da doença foi detectado há mais de um século e a penicilina – que é o tratamento de escolha - está disponível há mais de quatro décadas. Além disto, eliminar a sífilis congênita é um compromisso que o Brasil assumiu em esferas internacionais, para ser cumprido até o ano 2000”, afirma Telma de Souza, que é coordenadora da Frente Parlamentar em HIV/Aids no Congresso Nacional.    Segundo a deputada, algumas estimativas mostram que o custo dos dois exames requeridos no pré-natal, para identificar moléstia, gira em torno de R$ 5,00, enquanto o tratamento beira os R$ 16,00. “É revoltante ver que uma atitude relapsa quanto a uma doença de diagnóstico e tratamento tão acessíveis resulte inclusive na possibilidade de morte do feto ou recém-nascido”, critica Telma de Souza, citando outra avaliação de custo/benefício: uma estimativa aponta o gasto de mais de R$ 10 milhões entre 2000 e 2005 com cerca de 25 cinco mil crianças internadas por sífilis congênita.   “Devo ressaltar que o mais importante no caso é conseguir que toda gestante tenha acesso ao acompanhamento pré-natal de qualidade e aos exames e tratamentos que forem necessários. É essencial, ainda, que todo casal tenha acesso a informações e ações de saúde sexual e reprodutiva. Isso implica em aproximar cada vez mais os programas de vigilância e de assistência. Aliás, a notificação da sífilis congênita é compulsória há bastante tempo, e o exame para diagnóstico integra as rotinas do SUS através de Portarias do Executivo. No entanto, a subnotificação é gritante no país”, prossegue a parlamentar.   Conforme Telma de Souza, o intuito, ao propor a instituição do dia nacional, é chamar a atenção para o problema e estimular a população a procurar o pré-natal e a saber da importância do diagnóstico, como de outras doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a Aids, como preconiza a rotina do Sistema Único de Saúde. “Sabemos que o que é realmente eficaz é a ação permanente, contínua, o programa solidamente de forma estruturada em toda a rede, com acesso amplo a toda a população. No entanto, visto que essa é uma ferramenta a acrescentar ao trabalho que o SUS desenvolve em termos de combate às DST e Aids, apresentamos a proposta da data nacional.esta proposta. Pretendemos, desse modo, apoiar gestores e profissionais de saúde a aperfeiçoar o atendimento pré-natal, e evitar custos adicionais para o Estado e danos irreparáveis, além de sofrimento indescritível para a população brasileira”, conclui a deputada.  

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