A despoluição do Rio Lenheiros, limítrofe com a área do antigo lixão do porto, na Alemoa, em Santos, foi solicitada pela vereadora Telma de Souza, líder do PT na Câmara, durante audiência pública para apresentação do projeto do terminal BTP. O encontro, realizado no campus da Unisantos da Rua Carvalho de Mendonça, cumprimento de uma etapa legal que prevê o debate popular do projeto, contou com a presença de técnicos, ambientalistas, empresários do porto, políticos e autoridades. Telma indagou sobre a possibilidade de o empreendimento contemplar,nos programas de compensação ambiental, a despoluição do rio. Sobre a preocupação da vereadora, Henry James, diretor da Brasil Terminal Portuário (BTP), afirmou:“Sabemos que o Rio Lenheiros é a forma de transporte de resíduos e detritos jogados pela própria população, por várias razões. Queremos desenvolver com essa comunidade programas para que a gente tenha resultados não só lá na frente, na saída do rio, mas para que a gente consiga equacionar esses programas ambientais para quem faz uso do rio na parte de cima desse curso de água. A despoluição não é uma preocupação nossa, mas queremos ajudar porque nós acreditamos que isso faz parte da integração do projeto como um todo”. Telma também pediu informações sobre a dragagem em área do futuro terminal.“Qual a estimativa quanto ao impacto que a futura dragagem do canal do estuário poderá trazer?”, indagou. Em nome dos empreendedores, o consultor Sérgio Pompéia afirmou que o material a ser dragado será caracterizado segundo a Resolução 344 do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que vigora hoje. “Não apresenta potencial de dano para lançamento oceânico. E a área estudada é extremamente mais favorável. Estamos muito tranquilos em relação a esse aspecto”, disse. A exemplo de audiência anterior, Telma voltou a questionar sobre a fonte da água a ser utilizada no futuro terminal. A parlamentar criticou o uso de água potável para processos industriais, como ocorre em pelo menos uma empresa, em Cubatão. Os dirigentes explicaram que, em todo o processo de remediação ambiental do terreno, a lavagem de solo utilizará um sistema fechado, com reuso da água, com pouca adição de líquido de fora do sistema. A construção, informaram os dirigentes, buscará o maior aproveitamento possível de água da chuva e das redes de drenagem, para reutilização.
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