"Quero expressar meu repúdio e minha indignação à condenação do sociólogo Emir Sader. Aliás, essa posição vem sendo, aos longos dos últimos dias, expressa também por milhares de pessoas que se sentem agredidas por esse desrespeito à liberdade de expressão e pensamento no país." As palavras são da deputada federal Telma de Souza (PT-SP), numa referência ao fato de Sader ter sido condenado, por um juiz auxiliar da 22ª Vara Criminal de São Paulo, a um ano de detenção, em regime aberto, e à perda do cargo de professor na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em processo movido pelo senador Jorge Bornhausen (PFL).    O senador teria se sentido insultado porque, em artigo na imprensa, Sader afirmara que a declaração de Bornhauser, que se referiu ao PT e as esquerdas em geral como "essa raça", tinha conotação racista. Signatária do manifesto de apoio ao sociólgo, que já conta com milhares de adesões, Telma prosseguiu: "Como o próprio sociólogo afirmou, por várias vezes, sua intenção não foi injuriar o senador, mas expressar sua indignação frente a posturas de determinadas elites da sociedade brasileira, que se referem, com freqüência, à população menos favorecida deste país com termos depreciativos como ´raça´, ´corja´, ´gentalha´, ´populacho´. A justiça, no entanto, foi de uma rapidez sem par para condenar Emir Sader e dar razão ao senador, que, apesar de suas negativas posteriores, utilizou, sim, um termo discriminatório e ofensivo a forças e segmentos políticos regularmente atuantes, legalmente constituídos e democraticamente representados no nosso sistema republicano.", declarou Telma de Souza.    A deputada acrescentou acreditar que a condenação, à qual cabe recurso, será revista, com o restabelecimento da verdadeira justiça. "Contudo, nosso direito e dever, como parlamentares, é denunciar os abusos de poder e as agressões às garantias democráticas", conclui Telma de Souza.