Cliquee vejao vídeocompletoA deputada Telma de Souza defendeu ontem a abertura de espaços de negociação que permitam resolver os impasses nos portos, que podem resultar em um alastramento de greves a partir da próxima semana. Foi durante participação em reunião do Grupo de Trabalho Aquaviário, da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados. Na condição de presidente da  Comissão de Portos da Câmara dos Deputados, falou a uma platéia de deputados e empresários do setor portuário. "Trago aqui as preocupações dos trabalhadores do Porto de Santos com a situação das relações trabalho e capital. Precisamos de relações civilizadas que, em nome do Brasil, consiga estabelecer condições mais duradouras, justas e integradas. Os atores devem flexibilizar suas posições para que isso possa ser obtido. O mundo do trabalho está fraco neste momento - disse Telma aos empresários - e se os senhores quiserem passar sobre eles como um trator, certamente conseguirão, mas não acredito que seja isso que os senhores queiram". Criticou, "como deputada do PT e do governo, portanto, o fato de em meu governo faltar espaço para as questões do mundo do trabalho; quando faltam espaços para discussão as coisas só tendem a piorar". Alertou que, "para impedir que haja problemas pipocando nos portos, como aconteceu em Paranaguá, é preciso uma política de longo prazo para diminuir os impactos das transições nos portos". "Temos de nos colocar na mesa de modo a podermos examinar no que cada lado pode ceder", disse Telma, completando, num dos momentos mais curiosos da reunião, que "às vezes, lembrando Freud, me parece que é uma briga de falos, com a resistência, de um lado, que por vezes pega um ponto que nem sempre é o mais sensato, e de outro, o poder econômico, querendo que os trabalhadores se dobrem a ele. Assim perdemos todos. Vamos ver o que podemos acordar, para que possamos levar medidas à Casa Civil e ao presidente Lula".