“A minha geração pagou um preço alto para vocês estarem aqui, hoje. Parte da minha geração morreu lutando, mas vocês estão aqui para continuar o sonho da liberdade”.  A frase fechou o discurso da deputada estadual Telma de Souza (PT/SP) aos estudantes da Universidade de São Paulo (USP) que, indignados com a ameaça de fechamento de parte das vagas na unidade da Zona Leste da Capital, vibraram com o apoio da parlamentar. Nas últimas semanas, a direção da instituição anunciou o fechamento de 330 das 1.020 vagas da USP Zona Leste. Aproximadamente 300 estudantes foram à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pedir intervenção da Casa junto à instituição. Telma solidarizou-se com os estudantes. Segundo ela, “o Estado tem que ser forte e garantir o que é público e gratuito, seja na Saúde ou na Educação”. “Estudo não é mercadoria. É preciso adequação salarial (aos professores) e oportunidade de crescimento intelectual. Não se tem aumento salarial e as carreiras de docentes estão decepadas”. Filha de político santista cassado pela ditadura militar, a deputada  alertou os estudantes para as ameaças à democracia. “O tempo da ditadura não pode voltar. Estamos na Líbia? Temos que acabar com esta ditadura horrorosa (que ameaça ceifar as chances de formação). Estamos juntos nessa luta. Viva a USP”, encerrou Telma, aplaudida pelos estudantes.