22/06/2009

TELMA AlERTA PARA RISCOS DO HPV

     A elaboração, pela Prefeitura de Santos, de uma campanha anual de prevenção ao HPV (Papiloma Vírus Humano) é o objetivo de um projeto de lei apresentado pela vereadora Telma de Souza, líder do PT, durante sessão da Câmara. Segundo dados dos setores de saúde, cerca de 70% da população mundial já teve contato com o vírus, que pode evoluir para algumas formas de câncer.      “A doença é silenciosa e ataca tanto homens quanto mulheres. Na mulher, pode apresentar lesões verrucosas e planas, e dependendo do tipo do vírus, pode evoluir para o câncer de colo do útero, vagina, reto e laringe, enquanto no homem, o vírus pode causar câncer de pênis, reto e laringe”, alertou Telma em defesa de seu projeto de lei.     Ao contrário de outras doenças sexualmente transmissíveis, a transmissão do HPV não se dá somente pelo contato sexual e ocorre principalmente nos primeiros anos após o início da vida sexual de jovens e adolescentes. Já existem vacinas para prevenir o HPV, mas o custo é ainda muito elevado.      Para Telma, a divulgação da doença e suas formas de prevenção é essencial para que o Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), adote a vacinação em massa. “Considerando que grande parte da população ainda desconhece a doença e suas formas de contágio e pela relevância do tema para a saúde pública, esse projeto de lei é de extrema importância”, afirmou.      INCIDÊNCIA ELEVADA - Conforme reportagem da jornalista Suzana Fonseca, publicada pelo jornal A Tribuna no último dia 13 de junho, mais de 70% da população mundial já entrou em contato com algum tipo do papiloma vírus humano, também conhecido pela sigla HPV, causador de infecção em pele e mucosas e que pode evoluir para câncer. Ao contrário do que muita gente pensa, no entanto, o vírus não é transmitido apenas pelo contato sexual, daí a sua grande incidência doença no mundo.     De acordo com o ginecologista José Luiz Mendes Colmenero, a infecção causada pelo HPV pode evoluir para câncer na região comprometida. E isso ocorre tanto com mulheres quanto com homens.    Conforme o médico, existem mais de 120 tipos de vírus, fora os subtipos. Os que têm maior potencial de causar câncer são os dos tipos 16 e 18. E os mais frequentes são os 5 e 11.     "A prevalência é igual nos dois sexos", explica o ginecologista. Nas mulheres, o HPV pode causar lesões verrucosas e lesões planas. Dependendo do tipo do vírus, a infecção pode evoluir para o câncer de colo do útero, vagina, reto e laringe. Nos homens, o vírus também pode causar câncer de pênis, reto e laringe.      Segundo Colmenero, é preciso prevenir para evitar o vírus. "A camisinha é uma proteção relativa, mas não é absoluta", adverte o médico. "Se a pessoa tiver outras áreas comprometidas, pode haver contaminação".     Além do uso de preservativo, como lembra Colmenero, é preciso evitar ter muitos parceiros. Segundo o médico, a infecção pelo HPV no trato genital está relacionada a vários fatores, como idade, início de atividade sexual, número de parceiros, tabagismo e gravidez.     "Como acontece com outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), a incidência de HPV é mais elevada logo após os primeiros anos de atividade sexual, entre jovens de 18 a 28 anos de idade".      Já o tabagismo diminui significativamente a quantidade e a função das células de Langerhans, responsáveis pela ativação da imunidade celular local contra o HPV.      Outra forma de prevenir o HPV é através da vacinação. Desde 2007, há duas vacinas disponíveis no mercado (bivalente e tetravalente), porém, elas não são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que ainda estuda a possibilidade de inclui-la no calendário vacinal do Ministério da Saúde, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca).     "O problema da vacina é o preço", lamenta Colmenero. "É muita cara".      Além de cara, a vacina, de acordo com o ginecologista, é eficaz somente contra alguns tipos de HPV. A tetravalente previne contra os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A bivalente é específica para os subtipos 16 e 18.       Na Clínica Humanus, em Santos, conforme a enfermeira Mayra Mattos Barbosa, de 10 a 15 mulheres são imunizadas por mês contra o HPV.      Para se proteger contra o vírus, no entanto, é preciso desembolsar, à vista, R$ 840,00 ou R$      1.095,00. Esses são os valores das três doses da vacina bivalente (R$ 280,00) e tetravalente (R$ 365,00), respectivamente.     No cartão de débito ou crédito, a conta é mais alta: R$ 876,00 (R$ 292,00 cada dose) e R$1.128,00 (R$ 376,00).      Quem recebe uma dose da vacina tetravalente deve tomar a segunda após dois meses e a terceira, depois de seis (contados a partir da primeira). No caso da bivalente, a segunda e a terceira dose devem ser tomadas depois de um e de seis meses, respectivamente.      Outra forma de prevenção ­- essa, mais em conta -­ é oferecida pelos preservativos. Na rede municipal de saúde, eles são entregues gratuitamente.      Conforme a coordenadora do Programa de Prevenção a DST/Aids/Hepatites de Santos, Márcia Fátima Frigério, em algumas unidades de saúde, como no Centro de Testagem e Atendimento (CTA) do Centro (Rua Silva Jardim, 94), as camisinhas agora ficam à disposição para quem quiser pegar.     Lá, os funcionários deixam, na recepção, uma caixa com os preservativos aberta. É só pegar o      preservativo e deixar marcado no livro quantas unidade está levando. Não é preciso pedir para os funcionários ou se identificar para ter acesso aos preservativos.     "Não adianta deixar o preservativo na farmácia das unidades", explica Márcia, justificando a decisão de deixar os preservativos na recepção das Unidades Básicas de Saúde e de Saúde da Família. A estratégia tem servido, segundo a médica, principalmente para atender ao público jovem. "Isso está sendo feito em vários lugares. No Morro José Menino, antes, pegavam 70 preservativos por mês. Hoje, são mais de 200".

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