17/12/2009

QUIOSQUES: MUDANÇAS PRECISAM SER DISCUTIDAS

  Medida não foi discutida com o setor, que procurou a parlamentar      Em reunião com os permissionários de quiosques de Santos, ameaçados de ter o funcionamento restrito, a vereadora Telma de Souza, líder do PT na Câmara, sugeriu que qualquer medida que interfira no setor seja discutida e adotada apenas após a temporada de verão. Os comerciantes e uma comissão de vereadores se reunirão com a Secretaria Municipal de Segurança nesta sexta-feira, às 14h30, na Prefeitura, quando levarão essa proposta.     A Prefeitura divulgou a inteção de publicar um decreto restringindo, a partir do dia 21 próximo, o horário de funcionamento dos quiosques para até meia-noite, nos dias de semana, e até 2h, nos finais de semana. Muitos deles abrem 24 horas. A proposta mexe ainda no horário da iluminação da faixa de areia e no funcionamento dos sanitários. No bojo da campanha intitulada ´Tolerância Zero´, a intenção seria reduzir o número de delitos na região e a frequncia de moradoes de rua. “Amanhã (sexta), com o comandante Perrenoud (secretário de Segurança), vamos pedir para essa ordem seja suspensa até o final da temporada. Até lá, faremos um plano em conjunto, discutido. Vocês são trabalhadores, pessoas honradas, geram empregos”, afirmou Telma aos quiosqueiros.     Para a vereadora, pode haver alguma motivação econômica por trás da iniciativa. “É possível que queiram trocar vocês por franquias. A intenção com essas medidas não é para que não atraiam a população de rua, que vocês estão sendo indevidamente acusados de atrair. Acho que está sendo usada propositadamente essa questão e, cada vez que se fala na Câmara, se dá mais força para essa tese”, analisou, complementando que população de rua não é caso de polícia e sim de ação social integrada.      Segundo os quiosqueiros, os banheiros da orla já estão funcionando sem luz, numa clara intenção de esvaziamento. Eles afirmaram que tiveram uma reunião com o setor de segurança do município, há 15 dias, mas nada foi dito sobre mudança no horário de funcionamento. “Fomos surpreendidos com a notícia no jornal. Isso vai gerar desemprego e em nada vai contribuir com a redução de delitos na orla”, afirmaram os comerciantes, que entregrão uma carta aberta ao secretário Perrenoud na reunião desta sexta-feira. “Ao excluir da discussão o setor atingido pela medida, negou-se a realização do debate salutar das questões que envolvem a segurança pública, punindo quem trabalha, a pretexto de combater o crime”, diz trecho da carta.

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