Procurada por professores e pais de alunos da Escola Estadual Cleóbulo Amazonas Duarte, em Santos, a deputada estadual Telma de Souza (PT) protocolou hoje (22/5) um requerimento de informações dirigido ao secretário de Estado da Educação, Herman Voorhald, questionando se o Governo do Estado tem pretensões de desativar a unidade.
Pais de alunos e professores já lidam com os rumores de fechamento há cerca de dois meses. Porém, os indícios ficaram mais fortes com o início de obras no último dia 21 de maio, sem que fosse dado qualquer tipo de satisfação à direção da unidade. Laboratório de Ciências, anfiteatro e a biblioteca da escola já foram desativados. Operários dividiram cada um dos ambientes pela metade com a construção de paredes.
A situação já está gerando um clima de instabilidade na comunidade escolar local. “Estão destruindo espaços pedagógicos sem dar qualquer explicação. Somos cobrados por pais e alunos. Parece que nós é que estamos sonegando informações”, desabafou um dos educadores da Cleóbulo Amazonas, que prefere manter a identidade preservada para evitar retaliações.
A Escola Cleóbulo Amazonas Duarte tem 33 anos de existência, atende a cerca de mil estudantes dos ensinos Fundamental e Médio nos três períodos do dia. Eles ocupam aproximadamente 20 salas. A unidade é, ainda, referência no atendimento prestado pelo Programa Escola da Família, que oferece atividades extracurriculares aos finais de semana.
Diante dos rumores de fechamento, professores e alunos já realizaram um protesto na porta da escola há cerca de um mês. Uma das versões já ouvidas e temidas pela comunidade local é que o Governo do Estado esteja tentando viabilizar lá a instalação da Diretoria Regional de Ensino. Assim, aventa-se que os alunos da Cleóbulo seriam transferidos para outras escolas do Estado em Santos, como a Visconde de São Leopoldo e Canadá.
Questionamentos
Diante da situação, Telma pediu ao secretário de Estado da Educação que explique as razões da obra iniciada na escola e se há a real intenção de desativação da unidade. “Além do sério comprometimento das atividades curriculares e extracurriculares, é crescente o clima de incerteza, o que deixa o ambiente escolar cada vez mais prejudicado”, observou a deputada, que abordou o assunto durante a sessão de ontem na Assembleia Legislativa de São Paulo.
“Os indícios sugerem a desativação da escola, o que é uma coisa muito séria e não pode ser decidida de maneira unilateral, como está sendo feito”, destacou Telma, que requereu, ainda, informações sobre o futuro dos espaços pedagógicos já desmontados e se há oferta de vagas para a unidade em 2014.