
O sistema de Policlínicas de Santos, que descentralizou os atendimentos em Saúde, é mais um orgulho da Baixada Santista. Ele nasceu em Santos, em 1989, quando Telma de Souza assumiu a Prefeitura. Idealizado pelo secretário de Saúde David Capistrano, um dos maiores especialistas em Saúde pública que o Brasil já teve, ele foi fundamental para os bons resultados que o governo da Telma alcançou na área.
Apesar dos problemas orçamentários, numa época em que a inflação no País variava até 100" num mesmo mês e o SUS (Sistema Único de Saúde) era, ainda, semipleno (Telma foi a prefeita que o implantou em Santos, também de maneira pioneira, em nível nacional), as policlínicas foram inauguradas com sucesso.
Logo no início, as policlínicas ajudaram a desafogar os atendimentos em hospitais e prontos-socorros da cidade, para onde a população corria quando precisava de algum tipo de atendimento, por mais simples que fossem. As policlínicas ofereciam atendimentos básicos em clínica geral, gineco-obstetrícia, cardiologia e pediatria, distribuídos por todas as regiões da cidade.
Ao final de quatro anos de mandato, Telma inaugurou 25 policlínicas e seu sucessor na Prefeitura, o próprio Capistrano, deu seguimento à expansão da rede.
Complementos
Concomitante à implantação das policlínicas, Telma providenciou a informatização de toda a rede de atendimento, permitindo o agendamento de consultas e exames por telefone, uma inovação para a época. Assim, o número de consultas e exames duplicou no primeiro ano, triplicando no ano seguinte.
Para complementar as policlínicas, foram criados o PID/PAD – Programas de Internação e Atendimento Domiciliar, permitindo aos doentes crônicos ou com dificuldade de locomoção, conforme a necessidade, o conforto do atendimento em casa e, ao mesmo tempo, a diminuição do risco de infecções e a ocupação de leitos hospitalares por longos períodos.
Referência internacional e embrião do atual Programa de Saúde da Família, o sistema santista foi baseado no modelo de Cuba, uma das mais respeitadas escolas de Medicina do mundo, que anualmente forma milhares de novos médicos, incluindo estrangeiros. Esses profissionais, hoje, prestam serviços em pelo menos 70 países, incluindo o Brasil, onde recentemente desembarcaram para trabalhar no Programa Mais Médicos, do Governo Federal.
Rapidamente o modelo das policlínicas santistas foi reconhecido e se espalhou rapidamente por municípios de todos os estados brasileiros, sendo até hoje referência nacional e até fora do Brasil. O sucesso das foi tamanho que, em 2013, a Prefeitura de Santos decidiu retomar a nomenclatura ‘Policlínica’, que havia sido substituída por ‘Unidade Básica de Saúde’ ainda no final da década de 1990. Tudo isso porque, até hoje, as unidades de saúde de Santos são assim chamadas pela população, que guarda essa experiência com carinho no coração há mais de 20 anos.