A deputada federal Telma de Souza (PT-SP) está em Bancoc, na Tailândia, participando da III Conferência Parlamentar Internacional sobre a Implementação do Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), que visa promover o diálogo entre parlamentares de todas as regiões do mundo sobre a aplicação das diretrizes traçadas pela CIPD. O evento é realizado a cada dois anos, contando com o apoio do Grupo Parlamentar Interamericano (GPI) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).    Este ano, a conferência promoverá uma avaliação do progresso feito pelos parlamentares até o momento para avançar a agenda da CIPD, com a definição de uma estratégia comum para elevar o nível dos esforços coletivos nesse sentido. A expectativa é de que o encontro produza uma declaração avançada em relação aos compromissos firmados pelos parlamentares nas conferências anteriores, estabelecendo metas e estratégias de trabalho para os próximos dez anos.   Em seu terceiro mandato, a deputada federal Telma de Souza tem se destacado pelo trabalho em três frentes: o incremento da atividade portuária, a defesa dos direitos da criança e do adolescente e a luta contra a Aids. Esta última temática deriva de sua experiência na Prefeitura de Santos no início dos anos 90: “Foi a primeira cidade em termos mundiais a ter ações sistemáticas de luta contra a Aids, o que se tornou uma marca do meu governo e, depois, da minha atividade parlamentar na Câmara Federal”, explica Telma de Souza.   Segundo a deputada, “as articulações com ONGs, a sociedade civil organizada e o Executivo têm sido as mais importantes para a realização de um trabalho legislativo efetivo, principalmente nas áreas de saúde e direitos sexuais e reprodutivos”.   Ela avalia a importância da parceria estabelecida com o Grupo Parlamentar Inter-Americano sobre População e Desenvolvimento, que propôs sua participação na conferência em Bangkok. “As articulações que o GPI tem facilitado na região da América Latina e Caribe são cruciais para o fortalecimento do trabalho parlamentar na área da CIPD”, afirma a deputada Telma.   “Ainda temos o desafio de promover a aprovação dos projetos propostos pelos parlamentares, já que é difícil mudar o contexto político em que se dá esse tipo de votação. Embora muitos de nós, parlamentares, estejamos sensibilizados para a importância da pauta do Programa de Ação do Cairo, há resistências, especialmente em setores mais conservadores do Parlamento, que é preciso enfrentar e trabalhar. Porém, o desafio maior está na mudança da cultura política brasileira, que seculariza as pautas de defesa de direitos humanos”, completa.