NO DIA DA LUTA ANTIMANICOMIAL, TYKANORI RESSALTA PIONEIRISMO DE SANTOS NA SAÚDE MENTAL
“Revolucionar a Saúde Mental era uma questão de enfrentamento. Não é qualquer administrador público que está disposto a isso. E a Telma fez isso, com muito sucesso”, disse o psiquiatra Roberto Tykanori, coordenador da Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde. Ele esteve em Santos para participar de uma mesa redonda durante o Encontro Regional de Saúde Mental e Direitos Humanos, realizado na Universidade Católica de Santos (Unisantos) no último dia 18 de maio, Dia da Luta Antimanicomial.
Deputada estadual e prefeita de Santos entre 1989 e 1992, Telma de Souza comandou o episódio que ficou conhecido mundialmente como a Revolução da Saúde Mental, que iniciou-se com o fechamento da Casa de Saúde Anchieta (também, conhecida como Casa dos Horrores), que atendia pacientes de Saúde Mental utilizando de eletrochoques e outros tipos de tortura.
O hoje coordenador da Área Técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde foi um dos profissionais que ajudou a implantar o bem-sucedido e vanguardista programa da Prefeitura de Santos, que à época descentralizou e transformou o atendimento em unidades de terapia que funcionavam 24 horas por dia na Cidade, os chamados Núcleos de Assistência Psicossocial (NAPS).
Espectadora do evento, Telma foi convidada a fazer parte da mesa (comandada pelo Coordenador do Conselho Regional de Psicologia na Baixada Santista e Vale do Ribeira, José Ricardo Portela) e palestrar sobre sua experiência em Santos.
“Temos hoje o desafio do crack, uma droga devastadora que não enxerga cor, credo ou classe social”, alertou Telma. “Nossa experiência em Santos virou exemplo mundo afora. E a base desse trabalho não foi segredo para ninguém: bastou enxergar a questão social que recobria esse desafio, do ponto de vista do paciente e da família”, destacou a deputada.
Leia também
Carta Aberta: Políticas Públicas de Acolhimento à População em Situação de Rua de Santos e Região