23/09/2013

MORADORES AMEAÇADOS POR DESAPROPRIAÇÕES COBRAM PREFEITO E VEREADORES

A deputada estadual Telma de Souza (PT) esteve hoje (23/9) pela manhã na Prefeitura de Santos para alertar o prefeito municipal, Paulo Alexandre, e o presidente da Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, sobre a necessidade de mudança no traçado escolhido pelo Governo do Estado para o Túnel Santos-Guarujá. Pelo projeto, será preciso desapropriar cerca de 200 residências no lado de Santos, mais aproximadamente 1.200 na margem guarujaense.
 
O posicionamento foi feito em encontro de ambos com vereadores da Cidade. Ao final do compromisso, uma comissão de moradores do bairro Estuário se reuniu com o prefeito para pedir apoio no sentido de fazer com que a Dersa opte outra das 11 possibilidades de trajeto para o túnel, ou, ainda, que levantasse uma nova alternativa que poupe as quase 200 desapropriações.
 
“Todos queremos o progresso, mas ele não pode vir às custas do patrimônio das pessoas. Trata-se de uma comunidade das mais tradicionais de Santos, com mais de 60 anos de existência. Boa parte dos moradores das casas populares do Macuco/Encruzilhada são idosos, que estão bastante apreensivos com o problema”, destacou Telma.
 
Apoios
Entre os vereadores presentes, o presidente da Comissão Especial que trata do assunto na Câmara de Santos, Benedito Furtado (PSB), destacou que a melhor saída seria um túnel partindo da entrada da cidade. “É um projeto que é discutido há quase um século, não pode ser executado justamente com tamanho impacto sobre a população”, afirmou.
 
O vereador Antônio Carlos Banha (PMDB) foi outro que defendeu o túnel na entrada de Santos. “O projeto escolhido pela Dersa trará milhares de carros das rodovias da Baixada Santista para dentro de Santos. Estamos fazendo grandes esforços para tirar carros da rua, mas Santos está indo na contramão”, disse.
 
O vereador Evaldo Stanislau (PT) foi outro que pediu o apoio do prefeito de Santos em favor das casas populares do Macuco/Estuário. “Todos sabem que sem a força da caneta do prefeito nada sai do papel numa cidade. O clamor de uma população com certeza é um argumento mais do que justo para que se pense num novo traçado para o túnel”, avaliou.
 
Valores
De acordo com a Dersa, o projeto que passa pela área onde hoje estão as casas do Macuco/Estuário é o mais viável. A empresa calcula gastar cerca de R$ 360 milhões com desapropriações e iniciar as obras em meados de 2014, com previsão de término para 2018.
 
Na margem guarujaense, a situação é ainda mais crítica, na medida em que exige o esvaziamento de uma área invadida sobre a qual foram erguidas mais de 1.000 casas. A decisão pelas remoções passa pela necessidade de discutir a transferência imediata para conjuntos habitacionais na cidade. Ocorre, porém, que não há projetos suficientes em execução no momento.  “A população precisa ser ouvida e respeitada. Nenhuma decisão pode ser tomada de maneira unilateral”, ressaltou Telma, que já organiza uma reunião com a comunidade afetada no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá.
 
Hoje (23), a partir das 18 horas, Telma e os moradores estarão na Câmara de Santos pedindo o apoio oficial dos vereadores para a luta em prol das casas populares do Macuco.

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