29/02/2012

MESMO COM 267 SALAS DE AULA OCIOSAS EM SANTOS, GOVERNO DO ESTADO CONFIRMA INTENÇÃO DE DESATIVAR ESCOLA ABLAS FILHO

                  O Governo do Estado, que prometeu manter o funcionamento da Escola Antonio Ablas Filho é o mesmo que confirma, em resposta oficial enviada à deputada estadual Telma de Souza (PT), o início da desativação da unidade. A escola de Ensino Médio já perdeu parte das classes e o restante deve ser transferido para outras instalações. No documento, o governo também se referiu aos alunos como “clientela”. A rede pública estadual de ensino em Santos possui atualmente 267 salas de aula ociosas. Mesmo assim, a Secretaria de Educação quer desocupar a escola para transferir o espaço para a Delegacia Regional de Ensino. Esta, por sua vez, deixaria as instalações da Escola Cesário Bastos, para que lá seja criado um curso da USP com apenas 10 vagas. Procurada por diretores, professores e pais de alunos da Escola Ablas Filho em setembro do ano passado, Telma negociou diretamente com o secretário de Educação do Estado, Herman Voorwald, a manutenção da unidade na Ponta da Praia. Na ocasião, ele afirmou que havia interesse de outras secretarias estaduais, mas assumiu o compromissou de preservar as classes. A Imprensa da Baixada Santista também revelou a garantia dada pela Secretaria. Contudo, a promessa não foi cumprida. Apesar das afirmações da pasta estadual, a Escola Ablas Filho começou 2012 com perda de alunos. A unidade tinha 560 estudantes matriculados. Mas, em resposta ao requerimento 299/2011, feito pela deputada, o secretário previu somente 260 matrículas para o ano corrente. “A Diretoria de Ensino não abriu inscrição para a 1ª série do ensino médio nessa escola, no entanto, os alunos das 2ª e 3ªs séries do ensino médio, terão a continuidade de estudos” (sic). O documento é vago sobre a continuidade dos estudantes das 2ª e 3ª séries no estabelecimento educacional. E, ainda, destaca que “o prédio da Escola Estadual Olga Cury é próximo e possui classes que podem acomodar a demanda total de ensino médio do bairro”. Para a deputada, a avaliação estadual é totalmente equivocada. Segundo ela, qualquer mudança de local comprometerá a permanência e a freqüência dos estudantes nas aulas. “A Secretaria de Educação diz que a ‘clientela da EE Antonio Ablas Filho não reside no entorno do prédio, na sua grande maioria são de vários bairros, inclusive de outros municípios’. Mas é justamente por isso que o colégio precisa ser mantido. Apesar de estar geograficamente perto do Olga Cury, ali há freqüência de ônibus, mais segurança por estar na orla e até a ciclovia, para os que preferem a bicicleta. Essa justificativa não é válida”, condenou Telma, que foi professora da escola na década de 1980. Ao receber o documento, Telma entrou em contato com professores da escola para confirmar a situação. Eles informaram à deputada que há apenas 10 salas em atividade, mesmo tendo quase 20 no prédio.  Restou apenas uma classe de 1º ano, quatro de 2º ano e cinco de 3º ano. Fechamento e afastamento Os professores também foram comunicados de que o fechamento acontecerá após as férias de julho. Além disso, a diretora que denunciou o plano de encerramento da unidade, em setembro passado, foi afastada das suas atribuições. Indignada com a situação, Telma pediu um novo encontro com o secretário de Educação para buscar uma solução definitiva e vai liderar, novamente, uma mobilização para garantir a permanência do estabelecimento. “Percebe-se que medidas inibidoras foram tomadas, o que, ao que parece, fez o movimento contrário ao fechamento do Ablas esmorecer. Prova disso foi o afastamento da diretora. Lamentavelmente, mais uma atitude antidemocrática do Governo do Estado”, salientou a deputada.

Leia também

Carta Aberta: Políticas Públicas de Acolhimento à População em Situação de Rua de Santos e Região

Ver mais

População de Rua: Instituto Telma de Souza entrega Carta Aberta ao prefeito de Santos

Ver mais

Telma de Souza relança instituto de políticas públicas e firma parceria com entidade fundada pelo Presidente Lula

Ver mais