29/02/2008

MARIA LÚCIA É A CANDIDATA EM SANTOS

        Em reunião realizada no início da tarde hoje (29/02), a Executiva do Partido dos Trabalhadores de Santos lançou o nome da deputada estadual Maria Lúcia Prandi para concorrer à Prefeitura santista, nas eleições deste ano. O encontro contou também com a presença da ex-prefeita, deputada federal por três mandatos consecutivos e atual primeira suplente do PT de São Paulo à Câmara Federal, Telma de Souza; com o primeiro suplente do PT à Assembléia Legislativa paulista, Fausto Figueira, e com os veradores Cassandra Maroni, Reinaldo Martins e Suely Morgado.       "O PT de Santos certamente se orgulha de ter, como candidata à Prefeitura, a companheira Maria Lúcia Prandi. Sua história de vida e trajetória parlamentar a credenciam, sob todos os aspectos, para representar o nosso partido na disputa eleitoral deste ano. Todos nós já estamos, a partir deste momento, totalmente empenhados em transformar a candidatura de Maria Lúcia numa candidatura vitoriosa", afirmou Telma de Souza, que decidiu não concorrer ao Executivo santista, em 2008, para dedicar-se ao fortalecimento do PT da região da Baixada Santista.      "Sinto-me realmente emocionada com a decisão do partido e, em especial, com a postura da Telma, resultado de uma grandeza política e pessoal que poucos possuem. Estou pronta para aceitar o desafio de resgatar a Prefeitura de Santos para o Partido dos Trabalhadores. Será uma batalha difícil, mas que, juntos, saberemos enfrentar para atingirmos o nosso objetivo", declarou, por sua vez, Maria Lúcia Prandi.      Já o presidente do PT de Santos, José Adernaldo Maia, salientou que o partido sai fortalecido e unido do processo de discussão que culminou com o consenso em torno do nome de Maria Lúcia para candidata a prefeita: "Ao contrário do muitos insistem em apregoar, o PT é o único partido que respeita plenamente o exercício da democracia interna, abrindo o espaço necessário para que todas as instâncias e correntes partidárias se manifestem e defendam seus pontos de vista. O mais importante, porém, é que esse debate democrático sempre nos encaminha a um objetivo comum que, quando definido, se torna meta prioritária para todos nós. É isso o que acontece a partir deste momento com a candidatura da companheira Maria Lúcia." Leia abaixo a íntegra da carta que Telma distribui aos membros da Executiva do PT, detalhando os motivos de sua decisão de abdicar da candidatura a prefeita em 2008. Santos, 28 de fevereiro de 2008. Companheiros e companheiras, Ao longo de minha trajetória pessoal e política, muitos momentos me colocaram diante de decisões difíceis. Durante os últimos meses, refleti bastante a respeito do meu futuro político, de como meus próximos passos estariam de acordo com as minhas convicções e de que forma poderia ser o mais fiel possível a elas. Ao longo desse período, ouvi a opinião de muitas pessoas, que não somente compartilhavam de meus ideais, mas também, e principalmente, conviviam comigo no partido em que dei meus primeiros passos no terreno da política partidária, no qual me projetei como figura pública e no qual permaneço há 28 anos, isto é, desde a sua fundação, da qual tive a honra de participar.Considerei cada uma dessas opiniões e pesei as conseqüências e os caminhos que elas propunham, concluindo que estava, mais uma vez, diante de uma decisão difícil – e com certeza uma das mais difíceis da minha vida. Todos que acompanham a minha caminhada, dentro ou fora do espectro partidário, sabem que sempre considerei uma honra e um privilégio representar o Partido dos Trabalhadores nas disputas pela Prefeitura de Santos. Acima da inegável satisfação pessoal pela escolha de meu nome, as eleições municipais que disputamos representaram também momentos inesquecíveis em que nosso partido, superando divergências internas pontuais e eventuais, marchou unido diante da possibilidade de retornar ao Executivo santista e resgatar para a cidade os reconhecidos avanços que nossas administrações alcançaram entre 1989 e 1996. Infelizmente, não logramos êxito, o que em nada empana o brilho com que conduzimos o debate das propostas que defendíamos e ainda defendemos para a nossa cidade. Mas aí estão as eleições de 2008 e, novamente, senti-me honrada que meu nome tenha sido colocado, por diversas instâncias partidárias e por milhares de militantes, para representar o Partido dos Trabalhadores como candidata à Prefeitura de Santos. Mais uma vez, a lembrança de meu nome foi motivo de grande satisfação pessoal. Contudo, não a ponto de turvar a visão um pouco mais acurada com a qual a experiência da vida vai nos dotando e que nos faz enxergar novas realidades e novas posturas.Foi a partir dessa visão que entendi que, por minha própria trajetória, minha responsabilidade dentro de meu partido ultrapassava qualquer projeto pessoal. E a minha tarefa era direcionar todos os meus esforços para o fortalecimento do Partido dos Trabalhadores, não só na cidade de Santos, mas em nível regional. Uma série de fatores, alguns de caráter externo, outros de natureza interna, impôs pesadas perdas ao PT na Baixada Santista, evidenciadas de forma contundente pelas eleições de 2006. É necessário admitir, sem reservas ou comiseração, que perdemos extensos e importantes espaços na região. A reconquista desses espaços deve nortear todas as ações partidárias imediatas – e não falo apenas na reconquista de Prefeituras e cadeiras nos Legislativos, refiro-me, principalmente, à reconquista da confiança de nossa militância.Avalio que enfrentamos um quadro crítico e – me perdoem a dureza do termo – de alto risco para o nosso futuro partidário, um cenário em que até tradicionais aliados de um passado recente se afastaram, entrando em confronto direto conosco ou abrigando-se nos nichos atuais do poder. Ou nos mobilizamos, através de uma estratégia unificada, ou nossas perdas se ampliarão com maior rapidez ainda. Quando falo em mobilização, não me refiro somente à imprescindível unidade partidária, mas na elaboração de propostas de políticas públicas para a solução dos principais problemas da Região Metropolitana da Baixada Santista. Essa é a maneira mais eficaz de se opor ao que está aí. E, acima de tudo, é a forma pela qual devemos retomar nosso diálogo constante com a nossa militância, pois sem ela nada será possível. Temos experiência, competência e coragem para levar essa tarefa adiante. Nosso futuro, como sempre, está nas nossas mãos.A visão dessa realidade levou-me a indagar qual seria a melhor maneira de, a partir de minha história e trajetória, contribuir com essa tarefa partidária. Conclusão imediata foi a de que uma candidatura ao Executivo, com todas as exigências que uma campanha majoritária traz, implicaria em praticamente nenhum tempo disponível para dedicar a qualquer projeto partidário em nível regional. Além disso, há companheiros e companheiras altamente qualificados para levar adiante a luta pela reconquista da Prefeitura santista, e aqui refiro-me, particularmente, à companheira e amiga deputada estadual Maria Lúcia Prandi, a minha e a nossa candidata à Prefeitura de Santos, cuja história de vida e trabalho parlamentar impecáveis referendam sua candidatura ao cargo máximo do município. Nessa luta, vou empenhar-me, na linha de frente, mas a partir de um outro posto de combate, o que me permitirá maior disponibilidade para contribuir com o crescimento do partido, não apenas em Santos, mas nos demais municípios da Baixada Santista. A decisão de não me candidatar a prefeita de Santos, em 2008, foi, portanto, difícil, mas também fruto de muita reflexão. Em 2008, pretendo, com energia redobrada, disputar a batalha em várias arenas, mas todas elas tendo por objetivo o fortalecimento do Partido dos Trabalhadores, em Santos e na região. O primeiro passo concreto nesse sentido já foi dado, qual seja, a minha disposição de coordenar a Macro-Região da Baixada Santista do PT. Finalmente, confesso que a perspectiva de focar minha atuação na reconstrução partidária, a partir de um contato mais direto com as lideranças partidárias e com as bases, me proporciona uma oportunidade única – e muito bem-vinda neste momento da minha vida – de me envolver ainda mais com tudo aquilo em que acredito e pelo que vale a pena continuar lutando, sempre! Telma de Souza

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