
Como deputada federal, Telma de Souza empenhou-se, até conseguir, reverter uma histórica injustiça: a devolução do imóvel da Associação Japonesa de Santos, que havia sido confiscada pelo Governo brasileiro em 1946, em virtude da Segunda Guerra Mundial, e incorporado ao Patrimônio da União. Foram anos de articulações, pelos gabinetes dos Ministérios da Defesa, Itamaraty e Secretaria de Patrimônio da União (SPU), até a vitória final, em 2006, mais de 40 anos após o fim dos combates na Europa.
Como o Japão não fazia parte das nações Aliadas, todos os bens pertencentes a japoneses em solo brasileiro foram tomadas pelo Governo. Entre eles, estava a antiga Sociedade Japonesa de Santos, fundada na década de 1920 pelos primeiros imigrantes que desembarcaram no Brasil, no Porto de Santos, em 1908.
O objetivo dos imigrantes era desenvolver trabalhos de caráter social e, também, construir escolas da língua japonesa, para dar suporte na formação cultural das crianças. Naquela época, 245 famílias (940 pessoas) atuavam na horticultura, 65 famílias (245 pessoas) envolvidas nas atividades de pesca, 49 famílias (222 pessoas) artesãos especializados em carpintaria, marcenaria e tinturaria e 37 famílias (193 pessoas) no ramo do comércio.
Após a Guerra e com os governos da ditadura militar que se sucederam no País, durante décadas não houve avanço significativo na tentativa de devolver o imóvel à colônia nipônica. Com a ascensão de Lula à Presidência da República, porém, Telma entrou nesta luta, em 2005. Foram incontáveis reuniões com inúmeras autoridades desde então.
Até que, em 22 de agosto de 2006, foi realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, solenidade de assinatura da portaria nº 232, pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo Silva, com a presença do presidente Lula, de Telma e do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, além do vereador santista Reinaldo Martins e do presidente da Associação Japonesa de Santos, Hiroshi Endo, representando a Colônia Japonesa na ocasião.
A portaria nº 232, autorizativa, concedeu à colônia Japonesa a cessão gratuita do imóvel. Desde então, a Associação Japonesa utiliza o espaço para oferecer diversas atividades culturais, como o Undokai, festividade esportiva anual que conta, também, com apresentações artísticas.
Quatro meses antes da solenidade que oficializou a devolução do imóvel, o embaixador japonês no Brasil, Takahiko Horimura, qualificou como “comovente” os esforços de para a restituição do prédio. “É uma questão de justiça, que dá oportunidade ao governo brasileiro de reparar uma situação absurda que se arrasta há décadas”, disse o embaixador, à época.
O episódio da devolução do imóvel da Associação Japonesa de Santos é mais uma prova de que a Telma é Nossa Força Sempre do Nosso Lado.