
Em reunião com a deputada estadual Telma de Souza (PT), hoje (9/10), Artesp, Ecovias e associações de usuários de fretados firmaram acordo com vistas a uma solução conjunta para viabilizar a descida de ônibus e vans de passageiros pela Rodovia dos Imigrantes. Um cronograma de ações será definido nos próximos dias, tendo, como ponto de partida, entendimentos com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), para a realização de um novo estudo técnico.
Os usuários de fretados pretendiam convencer a Artesp a autorizar a descida de fretados pela Imigrantes, por considerarem problemático e inseguro o trajeto pela Via Anchieta. No entanto, baseada em um estudo de 2002, recentemente revisto, a agência reguladora das concessionárias rodoviárias paulistas negou o pleito, sob a argumentação de que a rodovia tem características de construção que impedem a passagem de ônibus, colocando em risco os usuários, especialmente no trecho de túneis.
Na tentativa de convergir para um novo estudo, Telma argumentou que o aumento das operações de cargas em direção à Baixada Santista, devido às atividades portuária, industrial e de exploração de petróleo e gás, terá de ser feito pela Via Anchieta, ampliando os problemas.
“É muito cruel para todos os usuários terem de descer pela Anchieta, junto aos caminhões, chegando em suas casas já no final da noite, depois de um dia inteiro de trabalho. Os próprios caminhoneiros não podem ser represados com mais veículos na Anchieta. A tendência é todos os segmentos econômicos apontarem mais crescimento, gerando um barril de pólvora. Por tudo isso, é fundamental que haja um novo estudo para sabermos se os novos veículos estão aptos às condições da estrada”, destacou a parlamentar.
Chefe de gabinete da Secretaria de Transportes do Estado, Ivan Francisco Pereira Agostinho, afirmou que os estudos existentes impedem a permissão de ônibus na Imigrantes. Para ele, se houvesse a liberação, conforme defendem as associações, a segurança dos usuários estaria em risco. “É a mesma situação que um prédio com laudo dizendo que ele vai cair, com os moradores querendo entrar, e só eu tenho a chave. Se eu der a chave, e o prédio cair, eu sou o responsável. Hoje, o estudo técnico diz que há riscos graves dos fretados na Imigrantes”, analisou.
Eduardo Caixe, membro da União dos Usuários de Fretados do Sistema Anchieta-Imigrantes (UUFSAI), propôs uma descida monitorada dos veículos pela rodovia, medida rechaçada pelos representantes estaduais. Com a negativa, ele propôs novos estudos, baseados na característica de suporte dos automotores. “Temos pessoas na Anfavea que estão interessadas em avaliar estas questões técnicas dos veículos. É uma ação embrionária, mas podemos buscar ampliar”.
A proposta apresentada foi imediatamente aceita. O diretor da Ecovias (concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes), José Carlos Cassaniga, defendeu ainda a criação de um calendário de reuniões para analisar a questão. “(Fazer a descida assistida não existe possibilidade. O que devemos é continuar no dialogo e construir junto um roteiro”.
Com o entendimento das partes, que até então não ocorrera, a direção da Artesp prontificou-se a ir à Anfavea com os usuários para ampliar e reforçar o pedido de laudos técnicos. Para Ivan Agostinho, somente as novas avaliações, desde que favoráveis à alteração, poderão dar segurança para o Governo do Estado a aceitar a reivindicação. “Preciso de um novo estudo que me desdiga o que temos em mãos, para que possamos viabilizar mudanças.A evolução de tudo leva a este resultado”, concluiu.