FECHADA HÁ CINCO MESES, UTI PEDIÁTRICA DO GUILHERME ÁLVARO FICARÁ MAIS 60 DIAS EM REFORMA
As crianças da Baixada Santista e Vale do Ribeira que necessitarem de terapia intensiva no Hospital Guilherme Álvaro (HGA) terão de ser transferidas para outras unidades do Estado de São Paulo. Durante visita técnica realizada hoje no complexo pelos deputados Telma de Souza e Marcos Martins (ambos do PT), o diretor-técnico da unidade, o médico Ricardo Hayden, informou que a reforma do HGA ainda vai levar mais 60 dias para ser concluída.
A visita técnica, solicitada por Telma e aprovada na Comissão de Saúde do Parlamento paulista, foi feita depois que uma menina de dois anos de idade, moradora de Cananeia, no Vale do Ribeira, morreu em razão de complicações de uma cirurgia no sistema digestivo. O caso ocorreu em 14 de setembro último. A vítima chegou a ser atendida num leito semi-intensivo, mas a ausência de médicos intensivistas e de UTI pediátrica foram fatores decisivos para a tragédia.
Em junho deste ano, a UTI pediátrica do HGA foi fechada para reforma que, supostamente, duraria três meses para ser concluída. Entretanto, à época da tragédia, segundo denúncias de funcionários, os procedimentos sequer haviam sido iniciados. “É inadmissível que um hospital do porte do Guilherme Álvaro, referência para mais de 30 cidades e cerca de 2 milhões de habitantes, passe sete meses sem uma UTI pediátrica”, destacou a deputada Telma de Souza.
A parlamentar salientou, ainda, o fato de estarmos às portas da temporada de verão, época em que a Baixada Santista chega a registrar população flutuante de cerca 5 milhões de habitantes. Presidente da Comissão de Saúde da Assembeia Legislativa de São Paulo, o deputado Marcos Martins duvida que a reforma estará concluída em apenas dois meses. “A julgar pelo que vimos, é difícil. E um hospital deste tamanho sem UTI pediátrica é um caso muito complicado”, analisou ele.
Segundo Ricardo Hayden, o hospital oferece oito leitos de UTI semi-intensiva. Os casos que necessitam de apoio de UTI são encaminhados para o Hospital Irma Dulce, em Praia Grande (a trinta minutos, de carro) e para o Hospital Regional de Itanhaém (a 1 hora e 10 minutos, de carro).
Barrados
Barrados pela direção do HGA, jornalistas que acompanhariam a visita técnica não puderam ver o canteiro de obras. Apenas os deputados tiveram acesso. O cenário que viram foi de operários trabalhando numa área que ainda recebe camadas de cimento e cujas instalações elétricas ainda estão sendo refeitas.
Providências
Ao final da visita, Telma conversou com funcionários da unidade e afirmou que vai levar o caso para ser debatido na Comissão de Saúde da Assembleia. “Vamos relatar o que vimos aqui e ver como a Assembleia pode atuar no sentido de acompanhar de perto as obras na UTI pediátrica do HGA”, disse.
O diretor técnico do hospital negou que faltem médicos ou equipamentos para o Guilherme Álvaro.
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