ESTUDANTES, PROFESSORES E PAIS DE ALUNOS DARÃO ABRAÇO SIMBÓLICO EM ESCOLA AMEAÇADA DE FECHAR
A deputada estadual Telma de Souza (PT) participa amanhã (16), às 10h20, de um abraço simbólico em torno da Escola Antônio Ablas Filho, no bairro Aparecida, em Santos. O evento é organizado por estudantes, professores e pais de alunos. A unidade está ameaçada de ser fechada para dar lugar à estrutura administrativa da Diretoria Regional de Ensino de Santos.
Em contato com Telma hoje (15) pela manhã, o secretário de Estado da Educação, Herman Voorhald, afirmou que o fechamento não está mais nos planos. Mesmo diante do recuo do Governo do Estado, que já admite a possibilidade de manter a sede da Diretoria Regional de Ensino no prédio da Escola Cesário Bastos, na Vila Mathias, o Movimento Pró-Ablas – formado por professores, estudantes e pais de alunos da escola – optou por permanecer mobilizado para afastar de vez as chances de fechamento da unidade. Mais que a negativa verbal, o Movimento quer que o Governo do Estado emita um documento que garanta a manutenção do Ablas Filho.
Tal decisão foi tomada em reunião na noite da última terça-feira (13), na qual participaram mais de 50 pessoas, entre pais de alunos, estudantes, professores, direção da escola e o vereador santista Reinaldo Martins (PT). Cumprindo expediente na Assembleia Legislativa, a deputada Telma de Souza (que se fez representar por sua assessoria) falou aos presentes via telefone.
Telma levou a discussão ao plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) ontem (14). “Não podemos ser cúmplices deste crime. Não se abrem escolas à custa do fechamento de outras”, disse a deputada, se referindo à justificativa inicial para o fechamento do Ablas, que receberia a Diretoria Regional de Ensino que, por sua vez, deixaria o prédio da Escola Cesário Bastos. Esta, por sua vez, seria utilizada para abrigar 10 vagas de curso de Engenharia que a USP está instalando em Santos.
Além do abraço, o movimento Pró-Ablas providencia um abaixo assinado contra o fechamento, proposto pelos próprios alunos, e que já conta com mais de duas mil adesões.
O Movimento também quer afastar outra possibilidade aventada: a da desmobilização gradual da escola. O primeiro passo seria o fechamento de vagas para o 1º ano do Ensino Médio a partir de 2012. No entanto, a direção do Ablas já foi notificada, via ofício, pela Diretoria Regional de Ensino, de que a decisão foi revista e as vagas serão abertas.
“Trago meus filhos diariamente de Praia Grande para estudar no Ablas. Saio de casa às 4h30 da manhã. Na sala da minha filha há alunos de Bertioga, Guarujá e São Vicente, também. Quem pensou nessa possibilidade (do fechamento), certamente não lembrou destas pessoas que se esforçam para conseguir estudar”, destacou a auxiliar odontológica Adriana dos Santos Simões, moradora do bairro Guilhermina.
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