Formado por uma platéia de adolescentes, o debate político realizado no colégio Objetivo, da Ponta da Praia, em Santos, na quinta-feira (26), foi marcado por perguntas de “gente grande”.  E a vereadora e candidata a deputada estadual Telma de Souza (PT) não apenas respondeu prontamente a todas as questões, como também, após o debate, ministrou aos jovens uma verdadeira aula informal sobre políticas públicas.   O encontro - que reuniu os candidatos a deputado estadual Braz Antunes, Mariângela Duarte e Telma de Souza – embora tenha sido convidado, o deputado Bruno Covas não compareceu ao evento – estava lotado. Eram cerca de 200 alunos entre 15 e 18 anos, a maioria do 3º ano do colegial.   Após contar um pouco de sua história, Telma, em seu tempo de três minutos, discorreu sobre a importância de explorar o pré-sal de forma sustentável e racional, além de preparar a região para o desenvolvimento que está por vir. “Há dez anos, quando mencionei a possível existência de petróleo na Bacia de Santos, fui chamada pelo Vicente Cascione e pelo Beto Mansur de louca, delirante e que eu queria que jorrasse petróleo na Praça das Bandeiras. Pois é: hoje provei que não estava tão errada assim.O problema é que, nesse meio tempo, a cidade não se preparou. E, agora, precisamos correr atrás do tempo perdido”, disse.   Telma abordou, ainda, a importância de alavancar o turismo na região. De acordo com a candidata, não bastam apenas cruzeiros marítimos para impulsionar o setor. E ela deu a fórmula: “Nós temos que explorar nossas belezas naturais. Além disso, temos que agilizar o processo de revitalização do Valongo. Os passageiros que passam pelo porto não param para conhecer nossa cidade. É preciso um roteiro que passe, por exemplo, pelas nossas igrejas. A do Valongo é um verdadeiro patrimônio histórico datado de 1.640; a do Embaré tem uma bela arquitetura gótica e a capelinha do Monte Serrat está ao lado de um belo passeio de bonde funicular”.   Uma das perguntas mais polêmicas disparadas à candidata foi feita por uma estudante do terceiro ano, Raíssa Helena Pereira, de 16 anos. Telma entendeu que a pergunta era uma boa oportunidade de desfazer um mal-entendido que existe há anos. “A oposição vive dizendo que eu trouxe gente de fora para trabalhar em meu governo; o que é verdade. Eu valorizei as pessoas de minha terra. Basta dizer que Maria Lúcia Prandi, Ouhydes Fonseca, Fausto Figueira, Cláudio Abdala, entre outros secretários eram de Santos. O único de fora foi o mais magnífico: David Capistrano. A ele entreguei meu mandato com muita honra. Mas, depois, tive uma luta muita intensa, pois Capistrano removeu do governo toda a minha gente.  Agora, se eu tivesse que escolher novamente, seria ele, que foi e continua sendo o maior sanitarista deste país. Mas foi ele quem trouxe gente de fora; eu, não”, respondeu.   No final do evento Telma agradeceu aos professores, à direção do Objetivo, à Mariângela e ao Braz. “Mas, em especial, agradeço à presença de vocês, alunos. Fiquei impressionada com o nível das perguntas. Mesmo com timidez, vocês mostraram curiosidade e uma ótima visão social. Mas votem certo, pois o voto é sagrado. São quatro anos da vida de vocês. Estive aqui não apenas para pedir voto ao número 13004, mas, também, para trabalhar esse exercício de raciocínio, de conhecimento e a possibilidade de conquistar o voto, trazendo conteúdo e alicerçando a democracia. Obrigada”.