
Deputados aliados ao governador de São Paulo estão impedindo a discussão sobre a implantação do túnel Santos-Guarujá, apresentado pelo próprio Governo do Estado. Nos últimos dias, a base governista barrou a aprovação de requerimentos apresentados pela deputada Telma de Souza (PT) a três comissões da Assembleia Legislativa, para a realização de uma audiência pública a respeito dos impactos sociais do projeto.
Por tratar-se de obra estadual, Telma propôs que a Assembleia Legislativa participasse da discussão sobre os impactos do traçado escolhido, entre outros 11. Há aproximadamente 10 dias, ela apresentou requerimentos às comissões de Assuntos Metropolitanos e Municipais, Infraestrutura e Transportes e Comunicações, propondo uma audiência conjunta sobre o tema. No entanto, por ora, a base governista impediu que o projeto fosse debatido pelo Poder Legislativo Estadual.
No dia 27, na Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais, membros da base de Alckmin pediram vistas ao requerimento. Este procedimento é comumente utilizado para postergar o debate sobre a proposta.
Na última terça (1/10), os deputados não compareceram em número suficiente para apreciar o requerimento de Telma na Comissão de Infraestrutura. Já na Comissão de Transportes e Comunicações, a estratégia governista foi, novamente, solicitar vistas ao processo.
“Vamos manter um esforço para que os requerimentos sejam pautados novamente, de modo que a gente possa fazer uma discussão sobre o projeto na Assembleia Legislativa, afinal este projeto utilizará recursos públicos do Estado de São Paulo e provocará enormes impactos nas vidas das pessoas que ficam no traçado proposto. A ideia é envolver o Legislativo Paulista para que, também, possa reivindicar a mudança do traçado”, explicou Telma, que complementou: “A luta é para que o túnel faça a ligação entre a região do Valongo, em Santos, e o Forte do Itapema, em Vicente de Carvalho”.
Nas últimas semanas, a deputada e sua assessoria vêm participando ativamente de reuniões com moradores das áreas ameaçadas de desapropriação. Já houve visitas à Prefeitura e à Câmara de Santos, para pleitear o apoio na luta para evitar as desapropriações.