Telma ouve o discurso do presidente da Associação Japonesa de Santos, Hiroshi Endo, que agradeceu empenho da deputada para cessão de imóvel A comunidade nipônica, representada pela Associação Japonesa de Santos, fez ontem (27) um emocionado agradecimento à deputada federal Telma de Souza (PT-SP), pela sua atuação na cessão pelo Governo Federal, por tempo indeterminado, do imóvel da Escola Japonesa de Santos, ocorrida em 22 de agosto. Em jantar no Estrela de Ouro FC, o presidente da Associação, Hiroshi Endo, discursou, em sua língua natal, agradecendo o empenho da deputada, ressaltando a informalidade do evento e a continuidade da luta, que ainda terá outras etapas. Também participaram do evento o ex-deputado federal Koyu Iha, o ex-vereador Adelino Rodrigues e o vereador Reinaldo Martins.
“Quando as lutas têm raízes e são realmente legítimas, a gente consegue caminhar juntos, sejam homens ou mulheres, sejam partidos políticos diferentes. Agradeço de coração esta homenagem mas, o que interessa agora é realizarmos uma belíssima festa pelo centenário da imigração japonesa, que ocorrerá em 2008. É uma honra a comunidade japonesa ter escolhido o Brasil para viver, para criar seus filhos e netos. Vamos nos empenhar para que tenhamos uma grande festa, com muitos banzais. Este encontro hoje é o melhor exemplo da solidariedade e fraternidade entre os povos”, disse Telma.
Sadao Nakai, presidente do Estrela de Ouro, relatou que agora a comunidade está fazendo um trabalho de pesquisa para provar que a atual associação é a sucessora legítima da representação da comunidade japonesa local. Trata-se de uma exigência legal para que a União possa finalmente formalizar a devolução, que ocorreu na forma de cessão por tempo indeterminado. “O problema é que entre 1952 e 1989 a associação ficou na informalidade. O pessoal tinha medo de formalizar e ela ser confiscada novamente”, disse. Sadao acrescentou que a associação existe desde 1952, não existindo praticamente nenhum registro anterior, até o ano do confisco na Segunda Guerra Mundial. “Encontramos um elo de ligação que é o nome do meu avô, que aparece no primeiro estatuto, como conselheiro. Eu acredito que a associação já existia desde 1928, quando foi comprado o terreno para a sede. A pesquisa está dando a oportunidade de abrir um armário que ficou fechado por muito tempo. É uma história que os avós e pais não contaram para seus netos e filhos. Meu avô nunca me falou nada. Havia muito trauma com o militarismo e a tarefa de recuperar o imóvel foi delegada aos políticos”, explicou.
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