O Casarão Branco da orla de Santos viveu uma noite de gala ontem (31), com a realização de Ato Solene pelos 25 anos da Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos. Proposta pela deputada Telma de Souza (PT), a homenagem foi aprovada por unanimidade pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e contou com a presença de cerca de 100 convidados. O ponto alto da noite foi a entrega de uma placa comemorativa oferecida pela deputada. A peça contém a foto da equipe que coordenou e executou os trabalhos de restauração do imponente imóvel, que além de sede da Fundação, abriga a Pinacoteca Benedicto Calixto, um dos símbolos da cultura santista. Construído em 1900, o Casarão foi minuciosamente restaurado e devolvido à população em abril de 1992. Os trabalhos foram comandados por Telma, à época prefeita de Santos, e coordenados pelo então diretor-presidente da Prodesan (empresa mista municipal), Alcindo Gonçalves, um dos convidados da noite. “Foi, realmente, um trabalho de muito fôlego e esforço. E também uma oportunidade para a capacitação de operários. Pedreiros, por exemplo, aprenderam o ofício de gesseiro. Foi uma época muito boa e que deixou muitas saudades”, destacou Alcindo. Telma salientou que o Casarão Branco é mais que o lar de mais de 50 obras do lendário pintor Benedicto Calixto, que eternizou diversas paisagens de Santos entre o final do século 19 e início do século 20. “Foi fundamental para garantir a resistência deste imóvel, um oásis em meio à selva de pedra. Mesmo diante da intensa especulação imobiliária”, observou. A deputada fez questão de agradecer a todos os profissionais que atuaram na recuperação do imóvel. “Foi um grupo de abnegados, que compreenderam seu importante papel nesta que foi uma das mais bonitas histórias da preservação da memória e do patrimônio santista. Pessoas que deixaram, aqui, muito mais que seu suor, mas um tanto de sensibilidade e sentimento”. Presidente da Fundação Pinacoteca, Mario Flavio Leme de Paes e Alcântara, ressaltou que o objetivo da Fundação é promover a obra e memória de Benedicto Calixto, além de preservar o Casarão. “Sem dúvida, eventos como este mostram que estamos no caminho certo”, afirmou. Membro da última família que morou no Casarão Branco, há mais de 30 anos, dona Edith Pires, aproveitou o evento para agradecer Telma. “Sem dúvida, é uma das pessoas a quem mais devemos por ainda termos esta pérola para desfrutar”, disse.