No dia dos funcionários públicos (28/10), as monitoras de creche da rede pública municipal tiveram motivos para comemorar. Na última sessão da Câmara de Santos, na quinta-feira, foi apresentado aos vereadores um projeto de lei do Executivo que regulamenta as condições de trabalho deste segmento profissional. Emocionadas, as cerca de 60 monitoras presentes na sessão festejaram a conquista e agradeceram à vereadora Telma de Souza (PT) pelo empenho na luta que se arrastou por quase duas décadas. Apesar da comemoração, a parlamentar lembrou que é preciso estudar minuciosamente o Projeto de Lei para identificar e corrigir possíveis imperfeições da propositura, principalmente as relativas à equiparação salarial. “Portanto, essa briga, que já dura quase 20 anos, vai continuar”, garantiu Telma.    Monitoras comentam atuação de Telma Depois de receber cópias do tão esperado Projeto de Lei, o grupo de monitoras lembrou da luta que travou para a conquista do reconhecimento profissional. E as guerreiras não se esqueceram de uma de suas principais aliadas: Telma de Souza. “Estamos muito satisfeitas, pois agora, demos o primeiro passo para termos nossos direitos garantidos. E a Telma foi nossa madrinha. Foi ela quem abriu os concursos para monitores, na década de 90, e quem nos abraçou nesta batalha, como se nós fossemos suas filhas”. Roseli Justo, membro da Comissão de Monitoras. “Acreditamos que a justiça está começando a ser feita. Agora estamos acreditando na palavra do Governo. Quanto à posição de Telma, sempre tivemos total confiança. Ela, como educadora, e na presidência da Comissão de educação da Câmara de Santos, sempre esteve ao nosso lado, colaborando de todas as maneiras possíveis. E sabemos que com ela podemos contar, em quaisquer circunstâncias”. Simone Ferreira da Silva. “Foi um processo muito desgastante para todas nós. Mas apesar de disso, esperamos este dia chegar com muito entusiasmo; e com a Telma sempre por perto, nos ajudando, nos defendendo. Agora, estamos perto de conquistarmos nossos direitos e a atuação dessa mulher batalhadora e justa, que é Telma, foi de extrema importância para essa primeira vitória”. Marinilza Blac. Entenda o caso Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/1996) e do Plano Nacional de Educação (PNE/2001), as creches do país deixaram de ter um caráter assistencialista para se tornarem uma etapa da educação básica. Assim, em 2004 as monitoras das creches municipais de Santos cursaram Pedagogia e se tornaram professoras na prática e na formação. No entanto, há anos a categoria reivindica, junto à Secretaria Municipal de Educação (Seduc), melhores condições de trabalho, alegando que à categoria são impostos “salários e direitos bem inferiores aos dos professores, mesmo tendo a qualificação exigida por lei”. Em defesa das monitoras, Telma prometeu que lutará pela causa, até que tenha um desfecho justo. “Há muitos anos essas profissionais brigam pelo reconhecimento. Em cidades como Cubatão e São Paulo, as monitoras já venceram essa batalha. E Santos, que é uma cidade de vanguarda, está atrasada neste sentido. Precisamos, urgentemente, garantir justiça a esses trabalhadores para, conseqüentemente, proporcionarmos uma educação de qualidade às nossas crianças. Isso é sagrado e a atual situação não pode continuar”.