A deputada estadual Telma de Souza (PT-SP) e a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) debateram com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, por duas vezes, os destinos do setor cultural no Brasil e no estado.  Os encontros aconteceram nas últimas segunda e terça-feiras. A ministra apresentou os projetos em desenvolvimento no Ministério da Cultura (MinC) e os desafios do Governo Federal para incrementar o setor. Segundo a ministra, todos os esforços estão concentrados para ampliar os investimentos e regulamentar as ações culturais, artísticas ou intelectuais. “A Cultura tem que ser mais sustentável, depender menos de recursos dos governos”, disse Ana, que revelou a realização de um mapeamento do segmento para dar mais autonomia aos seus órgãos. Ana de Hollanda apontou, por exemplo, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece a destinação de 2% do orçamento da União para a área cultural, 1,5% dos estados e 1% dos municípios. “Essa variação vai mudar de vez a relação do estado com a Cultura. Não haverá tanta dependência orçamentária”. Em reconhecimento ao trabalho realizado pelo Ministério da Cultura, Telma apoiou a ministra. “A senhora foi brindada com o público mais exigente, os artistas. Conheço a dificuldade de desburocratizar a explosão do ser humano. Sou uma das fundadoras do PT e sei o que significa o nosso desejo não ter a velocidade da atuação. E sobre isso, seu irmão tem uma música que confirma isso, dizendo que há distância entre intenção e gesto. E se nós não soubermos conduzir a cultura no país, derrubaremos todos os avanços que conquistamos até agora. Mas sei que nesta toada iremos longe, pois temos um ministério multicultural muito bem representado por Ana de Hollanda”. Para Telma, que foi prefeita de Santos, que a única alternativa para a reversão do atual quadro da cultura é a sua promoção. “A meu entender, cultura é, de fato, a grande alavanca verdadeiramente revolucionária de uma sociedade. A cultura é a única capaz de se retroalimentar e - mais do que isso – de abrir espaços”.