21/05/2011

BAIXADA PRECISA DE DUAS LIGAÇÕES SECAS, PELO MENOS, DEFENDEM ESPECIALISTAS

A construção de duas ligações secas entre as margens do Porto de Santos é urgente e deve ser feita concomitantemente, concluíram especialistas e autoridades que participaram da audiência pública promovida pela deputada estadual Telma de Souza (PT-SP), nesta sexta-feira, na Associação Comercial de Santos (ACS). A parlamentar encaminhará os resultados da plenária à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e aos governos paulista e Federal, cobrando celeridade para os investimentos. Esse foi o segundo encontro promovido pela Frente Parlamentar Pró-Mobilidade Urbana de Santos e Região, instalada na Alesp por iniciativa da parlamentar santista. No primeiro, o tema central foi a implementação de um sistema hidroviário para o transporte de cargas e passageiros nas cidades da Baixada. “Seja ponte ou túnel, temos a obrigação de encaminhar soluções para a ligação seca entre Santos e Guarujá. No que diz respeito à mobilidade urbana da Região Metropolitana da Baixada Santista, deveremos apresentar respostas compatíveis à pujança no nosso porto e do pré-sal”, defendeu Telma. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) apresentou quatro opções de ligações das margens estuarinas. A construção de um túnel seria uma das melhores alternativas até o momento para conectar Santos a Guarujá. Há anos, o Governo de São Paulo anunciou a construção de uma ponte na entrada do canal, mas até agora sequer realizou os estudos técnicos. “Trata-se de uma obra realizada a 30 metros de profundidade. Com extensão total de 7.300 metros, sendo que o túnel, em si, teria 2.600. Porém, precisamos, ainda, realizar uma série de estudos técnicos e geológicos”, explicou o diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Codesp, Paulino Moreira Vicente. O diretor da ACS, Martin Aron, ressaltou a importância de a ligação seca, independentemente de ser túnel ou ponte, contemplar o transporte de cargas. “Ainda não conseguimos sequer definir o local correto da ponte, mas um fato é certo: ela deverá dar suporte ao transporte de cargas para nosso porto não sofrer um grande entrave nas próximas décadas”. Hélio Hallite, economista, professor da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), pós- graduado em Gerenciamento Portuário, argumentou que a opção por túnel atende melhor as necessidades da região, lembrando que apesar de a ponte ser bonita no cartão postal, pode trazer problemas sociais e de segurança, como uso e tráfico de drogas em suas proximidades. Por outro lado, o superintendente da Ecovias, José Carlos Cassaniga, defendeu que a ponte é a melhor opção e que em determinados casos, além de serem obras com menor custo, elas podem proporcionar espaços de 120 metros de largura por 85 de altura, suficientes para a o tráfego de grandes navios. Vale lembrar que a empresa, no ano passado, propôs ao governo paulista a construção de uma ponte sobre o cais santista, entre as zonas portuárias da Alemoa e da Ilha Barnabé, para interligar suas duas rodovias, a Via Anchieta e a Cônego Domênico Rangoni. Já o engenheiro ambientalista Eduardo Lustoza, diretor de Portos da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos, afirmou que as autoridades precisam ser "arrojadas" e "ousadas", principalmente para utilizar impostos arrecadados pelos governos na região e construir, pelo menos, três ligações. “Fiquei contente com a apresentação da Codesp. Mas os modelos que temos são conservadores, pois precisamos, hoje, de três túneis, um na avenida Santos Dummont, outro na Ponta da Praia e o terceiro ligando a cidade à área continental, todos com ciclovia e calçada. Caso contrário, a Ecovias administrará um verdadeiro caos daqui a 20 anos. Estamos pensando em economizar recursos, mas faltam projetos", disse. O presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) de Santos, Sérgio Aquino, explicou que, seja qual fora a opção de engenharia, caberá ao colegiado aprovar. Para ele, a Codesp é o órgão técnico apropriado para a identificação da melhor opção - ponte ou túnel. Ao final, Telma anunciou que encaminhará as propostas colhidas na plenária para a Alesp e aos governos de São Paulo e Federal. Ela irá cobrar os investimentos para  "ontem", sob pena da mobilidade urbana na região chegar a um colapso irreversível.   “Mas não podemos parar por aqui. Se não tivermos a sensibilidade de trazer essas soluções, a nossa região parará em pleno desenvolvimento do porto, do pré-sal e com a Copa de 2014 à nossa porta. Agora, falta vontade política. A Frente Parlamentar Pró-Mobilidade Urbana de Santos e Região prevê, ainda, discussões para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e a readequação dos acessos rodoviários da região, além do transporte coletivo regular.

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