ÁREAS DA ZN AINDA PODEM RECEBER PROJETOS HABITACIONAIS
Não são corretas as afirmações de que não existem terrenos para projetos habitacionais populares em Santos. A afirmação é da vereadora Telma de Souza, vice-líder do PT na Câmara de Santos. Ela falou para um público de membros e representantes de movimentos de moradia, no último sábado, em Praia Grande. “Há aproximadamente cinco meses, a Prefeitura de Santos foi pressionada pelo presidente da Caixa Econômica, pois a cidade parecia não estar interessada em aderir ao programa Minha Casa Minha Vida”, afirmou Telma.
Segundo ela, a justificativa do atual governo santista é de que, com as descobertas do pré-sal, a cidade terá apartamentos na faixa entre R$ 2 e 3 milhões e que não haverá área para moradias populares. “O governo se esquece de que temos uma franja de terras na Zona Noroeste e de que há terrenos da União, hoje ocupados, exclusivamente, para esta finalidade”.
Telma participou de uma mesa redonda realizada pelo PT de Praia Grande, ao lado do chefe da Divisão de Habitação de Bragança Paulista, Márcio do PT, do coordenador da União dos Movimentos de Moradia - UMM, Donizete Fernandes, e do representante do Movimento Pró-moradia Sitio do Campo, Almir Manoel.
Ela criticou a condução da política habitacional do governo do estado e de Santos, e a qualidade de obras. “Presenciamos, nos últimos dois meses, alguns acontecimentos de arrepiar os cabelos. Primeiro, uma caixa d’água destruiu dois prédios da Vila Pelé. Pouco depois, um incêndio de proporção assustadora tomou conta da Vila Telma”, disse. “A população de baixa renda se vê obrigada a migrar de Santos para outras cidades da região, que também possuem os mesmos problemas”, complementou.
Analisando que todas as cidades têm problemas de habitação que precisam ser solucionados, a parlamentar citou o exemplo dos Bairros-Cota, de Cubatão. “O Serra quer tirar famílias de lá e transferi-las para o Jardim Casqueiro. No entanto, ele não promoveu nenhuma audiência pública, nem mesmo realizou EIA/RIMA. Estão fazendo isso sem planejamento, sem estudo ambiental e de infraestrutura”, apontou.
Para Telma, casa é um lugar sagrado. “Ela é nossa identidade, é onde nos recolhemos para as alegrias e tristezas, é a nossa extensão, o nosso útero, o nosso Planeta. Algo desta dimensão não pode ser tratado com descaso”, afirmou.
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