Com o tema “Estratégias para o Enfrentamento do Avanço às DST/AIDS em Santos” e a presença da coordenadora do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Mariangela Simão, será realizada nesta quinta-feira (16), a partir das 14h30, na Sala Princesa Isabel, a primeria audiência pública promovida pela Comissão Especial de Vereadores (CEV) que busca soluções para conter a alta incidência da epidemia na cidade. Enquanto a média nacional de contaminação é de 0,6% por grupo de 100 mil habitantes, em Santos esse índice chega a 2%.     Também estão confirmadas as presenças do médico infectologista Marcos Caseiro, ex-coordenador do Centro de Referência em Aids de Santos (Craids), e o presidente da ONG Hipupiara, Beto Volpe, que atua na defesa dos direitos das pessoas vivendo com HIV. Segundo Caseiro, um dos questionamentos que deve ser levantado durante o encontro refere-se à participação de Santos em um grupo de consenso nacional sobre a Aids. Em sua opinião, pelo seu histórico, a cidade precisa estar representada em todos os fóruns sobre o assunto. Já Beto Volpe pretende enfatizar, na audiência, a visão não apenas da doença, mas também dos movimentos sociais que se organizaram a partir da moblização de pessoas que, como ele, convivem com o vírus.     Para a presidente da CEV, a vereadora Telma de Souza (PT-Santos), a audiência pública desta quinta-feira é mais uma tentativa de chamar a atenção não somente das autoridades, mas da próporia população para o fato da Aids estar voltando a crescer em Santos, depois da cidade ter serviço de modelo para o país, com seu programa de combate e prevenção à epidemia aplicado a partir de 1989. "O debate é importante ao provocar uma reflexão sobre o modelo de atenção e atendimento necessários a um problema que tanto afeta a vida das pessoas. Já ocupamos um lugar de destaque nacional e internacional nessa questão e não podemos permitir nenhum retrocesso", afirmou a parlamentar, que já presidiu a Frente em HIV/Aids do Congesso Nacional e representou o Brasil em diversos fóruns internacionais sobre o tema.     “A CAPITAL DA AIDS” -  Na segunda metade da década de 80, Santos era chamada, em diversos órgãos de imprensa, de “A Capital da Aids”, devido aos altíssimos índices de contaminação na cidade. Ao assumir a Prefeitura, em 1989, Telma de Souza e sua equipe criaram um programa de combate à doença que, por seus resultados positivos, acabou servindo de modelo para a implantação de projeto com a mesma finalidade em nível nacional, merecendo elogios também de renomados especialistas de diversos países.       Para Telma de Souza, o fato do índice atual de pacientes com Aids em Santos estar bem acima da média brasileira é preocupante e deve merecer atenção redobrada por parte das autoridades municipais de saúde. “É preciso detectar onde as políticas públicas estão falhando e fazer algo a respeito com urgência”, afirma a vereadora.      Telma também chama a atenção para os dados das últimas pesquisas que apontam o crescimento da doença entre a população feminina de mais idade. “Outro dado relevante é que as pessoas estão descobrindo a doença somente após vários anos de contágio, o que significa que, ao desconhecerem que são portadoras do vírus, estão disseminando o contágio", salientou a vereadora, para quem Santos precisa discurtir  afundo a questão e recuperar a condição de vanguarda que já teve no passado no combate e na prevenção à AIDS.Também integram a CEV os vereadores Antonio Carlos Banha Joaquim (PMDB), Arlindo Barros (PSDB), Benedito Furtado (PSB), Braz Antunes (PPS), Geonísio Pereira Aguiar (PMDB) e Hugo Dupré (PSDB).