03/10/2023

Telma recebe a Medalha Braz Cubas em sessão solene da Câmara de Santos

    A vereadora Telma de Souza (PT) recebeu a Medalha Braz Cubas de Honra ao Mérito, a maior da Câmara de Santos, em sessão solene realizada no dia 29 de setembro (2023). Com isso, passou a ser a única pessoa a ter as três maiores honrarias da Cidade. Junto com a Braz Cubas, ela recebeu a Medalha José Bonifácio, concedida pelo Executivo em janeiro último, e já possuía o título de Cidadã Emérita.

    Em seu discurso, Pestana afirmou que Telma mereceu a homenagem por toda a sua trajetória.  “Ela tem uma vida de integridade, coragem e competência e, sobretudo, amor às pessoas”. A propositura de Pestana foi aprovada pelos vereadores por unanimidade e marcada para ocorrer no dia de aniversário de Telma (29/09). 

    O plenário e as galerias tiveram lotação máxima na sessão em que Telma foi homenageada com a Braz Cubas. A mesa foi presidida pelo vereador Paulo Miyashiro, presidente em exercício da Câmara. Também compuseram a mesa a prefeita em exercício, Renata Bravo, e o vereador Ademir Pestana, que propôs a homenagem. Devido à lotação das galerias, o auditório da Câmara, no térreo do Castelinho, também ficou repleto de convidados, que acompanham tudo por um telão. Ainda dentro da cerimônia, um “Parabéns a Você” foi entoado pela plateia

    Telma agradeceu a presença das mais de 400 pessoas ao evento, entre autoridades, amigos, familiares, servidores e eleitores. Como parte da programação, o Coral Municipal de Santos interpretou o Hino Nacional e o Hino de Santos. “Estou muito emocionada”, disse Telma ao agradecer a todos e citar a maior parte dos presentes ao plenário pelo nome. Ao falar da sua trajetória, Telma recordou a fundação do PT, da primeira reunião no Colégio Sion, em São Paulo Capital, em 1980, e que foi uma das 113 pessoas que assinaram a ata de fundação da legenda.

   “O PT foi lançado com o objetivo de mudar o Brasil. O tempo passou, o mundo e o Brasil são outros, o PT cresceu, se modernizou, errou e acertou, mas continua tentando, tudo sem abrir mão da transformação social. Nesse período todo, temos satisfação de fazer avançar a Democracia nas nossas gestões administrativas, que são transparentes, com participação e justiça popular”, afirmou Telma no seu discurso.

Telma recorda trajetória

         “Eu fiquei honrada em receber a medalha Braz Cubas porque é um reconhecimento da Cidade aos meus mais de 40 anos de vida pública. Eu já tinha a José Bonifácio, concedida pelo prefeito no aniversário da Cidade em janeiro. Também sou Cidadã Emérita. São honrarias que tenho orgulho, mas o que me faz continuar a cada dia na batalha é que ainda há muito a fazer e acredito na minha capacidade de colaborar com a Cidade, de brigar e atuar por causas que marcaram a minha vida, como a Saúde e a Educação”, afirmou a ex-prefeita, que é pedagoga por formação e lecionou na rede estadual por décadas

    A luta por um Porto que emprega, respeita o trabalhador e é fonte de riquezas para o conjunto da Cidade está marcada com força na trajetória de Telma. “Eu não hesitei em declarar calamidade pública em 1990 quando o então presidente Fernando Collor demitiu de uma única vez em 5.372 funcionários da então Codesp, hoje APS.  Foram oito dias de muita luta e negociação pela readmissão daqueles portuários “, recordou Telma.

         “A Praça Mauá e as imediações do prédio da Codesp eram praticamente uma manifestação durante as 24 horas por dia, com a participação das mulheres dos portuários e de muitos que reconheciam a importância daqueles injustiçados trabalhadores, demitidos em massa, na economia e vida locais”, contou a vereadora. 

         Foi no dia 28 de fevereiro que a greve acabou, após um telefonema de Jarbas Passarinho, ministro da Justiça de Collor, para a então prefeita. “Ele (Passarinho) disse que os trabalhadores seriam readmitidos e que eu poderia revogar a calamidade pública. Eu respondi que só a revogaria se ele enviasse um telex com essa informação. E assim foi”, registrou Telma. 

    Emocionados com a readmissão, os portuários “exigiram” que a escola municipal inaugurada logo depois no Conjunto Athié Jorge Cury, no Saboó, onde muitos deles moravam, fosse batizada de UME 28 de Fevereiro. “Até hoje sou parada nas ruas por pessoas que dizem que eu salvei o emprego delas, que mostram seus filhos, netos e dizem para eles que eu fui uma lutadora pelos portuários”, relatou Telma.

    Outra ação do governo Telma que até hoje é lembrada por pessoas que a encontram foi a intervenção na Casa Anchieta. “São desde de pacientes a familiares deles que relembram, com lágrimas nos olhos, aquele local de trevas que existia no meio da Cidade. A coragem de enfrentar a Aids, uma síndrome cercada de preconceito à época, ao atender os portadores e fornecer os remédios que existiam naquela contra a síndrome. “Foram políticas reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde e pelo Brasil, que replicaram esse modelo, a base do tratamento até os dias de hoje, com os coquetéis, o amparo social e todo um conjunto de cuidados com os portadores”, disse.

    De todas as realizações, porém, Telma afirmou que considera que a mais importante, no seu entender, foi mesmo a intervenção no Anchieta. “As policlínicas estão aí até hoje, são uma marca. Mas a intervenção naquela casa de horrores, onde superdosagem sem critérios de remédios, espancamentos, choques elétricos e cárcere privado de cerca de 500 pessoas era a regra. Evitamos, com a intervenção, muito sofrimento que ainda iria acontecer ali”, afirmou Telma. Após a intervenção, um grupo de especialistas passou a oferecer tratamento médico e humanizado aos internos.

Em poucos meses, mais de um terço dos pacientes teve alta, e a política antimanicomial adotada em Santos serviu de base para toda a Política Nacional de Saúde Mental, de 2001, a partir da Lei da Reforma Psiquiátrica, que prevê que os pacientes sejam tratados em unidades apropriadas, por equipes multidisciplinares – com psicólogos, médicos e outros profissionais de saúde – que promovam a reintegração do doente ao convívio social.

Leia também

Confira a destinação dos recursos do Orçamento Parlamentar Participativo 2024 da vereadora Telma

Ver mais

Telma quer a criação da Política Municipal de Enfrentamento à Doença de Alzheimer

Ver mais

Telma recebe a Medalha Braz Cubas em sessão solene da Câmara de Santos

Ver mais