27/10/2004

Telma aconselha autonomia para que oponente tenha futuro político

A candidata Telma de Souza voltou a aconselhar seu oponente, o candidato do PMDB, a construir a sua autonomia política, referindo-se à tutela sobre ele exercida pelo atual prefeito, durante o debate transmitido ao vivo pela TV Santa Cecília, nesta quarta-feira (27/10). "Acho o senhor um bom moço, apesar de sua orientação equivocada. Mas o  senhor tem que se libertar das conjunturas da eleição, da questão política, ganhar autonomia". Foi o segundo debate realizado em menos de 24 horas (a TV Mar promoveu o seu na noite de terça-feira) e Telma pôde, mais uma vez, esclarecer o público sobre o governo que realizou em Santos, entre 89 e 92, e as propostas para o futuro da cidade. Em razão da campanha de boatos e manipulações, ela se viu obrigada a desmentir algumas das mentiras que repetidas nas propagandas do adversário.Telma iniciou sua participação agradecendo aos mais de 93 mil votos recebidos no primeiro turno e ao movimento de orações por ocasião da recente cirurgia que fez e explicou a aliança formada com a adesão de 12 partidos políticos à sua candidatura. "É um pacto social de visões políticas, para que possamos construir uma outra Santos, uma outra Baixada Santista, com qualidade de vida para todos".Como fez no debate anterior, Telma ressaltou sua experiência política e administrativa e pediu o voto, principalmente do eleitor indeciso, no dia 31: "Gostaria de ter seu voto, você que ainda não se decidiu, que é jovem, que é da terceira idade, que sabe que as coisas podem ser diferentes quando, através da democracia, garantimos um governo para todos".Durante o debate, Telma procurou falar sobre os seus planos. Ela afirmou que sua meta na Educação é o ensino de qualidade, a valorização do professor, a abertura das escolas no período noturno, a atração dos pais para dentro das unidades, promovendo acesso à arte, ao esporte e, principalmente, a prática da democracia.Sobre finanças públicas, a candidata ressaltou que, caso eleita, irá assumir uma Prefeitura com um orçamento inteiro de dívidas, além da dramática situação das empresas municipais, como Prodesan, Cohab, CSTC e CET. Mas, por sua experiência administrativa, diz que saberá fazer pactos para pagar os credores: "Governei com R$ 120 milhões de orçamento. Hoje este valor é o que o município dispõe apenas para a saúde. Antes da Lei de Responsabilidade Fiscal, já reservávamos 60% do orçamento para o pagamento da folha salarial e 40% para custeios e obras. E tínhamos um gatilho automático para corrigir os salários do funcionalismo toda vez que a receita registrava aumento. E olha que eu governei em uma época de economia bastante conturbada no país, com planos econômicos e inflação alta".Reagindo com argumentos a uma provocação do candidato do prefeito, Telma disse que é do tipo de administradora que considera plausível contrair dívidas tendo fluxo de caixa para pagar, desde que este dinheiro se transforme em creches, escolas, etc. "Quando fui prefeita, não tive nenhum tipo de ação que o Tribunal de Contas não tivesse aprovado, ao contrário do seu governo, que por duas vezes já teve as contas reprovadas. O que é grave é usar o dinheiro público levianamente, fazendo o próprio Tribunal de Contas não dar o aval aos gastos".Telma também rebateu o argumento de que a deterioração do sistema de saúde (que foi modelo em seu governo) se deve aos moradores de outros municípios que procuram os serviços de saúde de Santos. "Toda vez que uma cidade atende a uma demanda maior, recebe contrapartida financeira dos diversos órgãos de governo, particularmente do governo federal. Na minha época, o sistema de saúde da cidade já atendia 20% da população da grande Baixada Santista e não tínhamos fila nas policlínicas, nem faltavam remédios. Nosso sistema de saúde foi referência nacional e até internacional na  saúde mental".A candidata esclareceu que recursos para as políticas sociais existem, desde que estas sejam prioridade para o governante. "O orçamento municipal resulta nas políticas preferenciais que um governante quer implantar na cidade. Temos que priorizar situações para que se faça um governo para todos. É preciso garantir equilíbrio social, trabalhando para reduzir o déficit habitacional, dando respostas à saúde, construindo creches, investindo em educação, cultura e esporte nos bolsões mais carentes, particularmente na Zona Noroeste, e fazendo com que em setores menos carentes a violência deixe de acontecer".Telma precisou mais uma vez informar o candidato adversário que a Justiça deu ganho de causa à Prefeitura no processo que a Viação Santos-São Vicente moveu contra o município por causa da intervenção na empresa. No âmbito judicial, a questão está definitivamente encerrada. "Ganhei o processo para a Prefeitura e mostrei a minha independência em relação ao transporte coletivo e a empresários inescrupulosos, que tanto mal fizeram à cidade".No turismo, Telma citou as várias propostas de seu programa de governo para qualificar o setor e gerar mais emprego e renda para a população. Também expôs os projetos e obras já anunciados pelo governo federal para modernizar e melhorar a infra-estrutura do Porto de Santos, para torná-lo mais produtivo e competitivo dentro do novo modelo exportador implantado pelo presidente Lula.

Leia também

Confira a destinação dos recursos do Orçamento Parlamentar Participativo 2024 da vereadora Telma

Ver mais

Telma quer a criação da Política Municipal de Enfrentamento à Doença de Alzheimer

Ver mais

Telma recebe a Medalha Braz Cubas em sessão solene da Câmara de Santos

Ver mais