Exigência de atestado médico e termo de consentimento dificulta imunização de crianças pobres.
A presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Santos, ex-prefeita e vereadora Telma de Souza, pediu que a Secretaria Municipal de Saúde se comprometa com a imunização das crianças contra a COVID-19 sem a necessidade de atestado ou termo de consentimento, contrariando a condição imposta pelo Governo Federal e criticada por especialistas e entidades médicas, na última semana.
“Santos precisa se comprometer com a vacinação das crianças, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente. Essas exigência apontada pelo Ministério da Saúde é mais uma medida contra a ciência e contra a vacina, como tantas outras utilizadas pelo governo federal atual”, criticou Telma.
A vereadora lembrou que outros municípios já anunciaram a mesma posição, corroborada inclusive pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em carta aberta contrariando a fala do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
A imunização de crianças de 5 a 11 anos com a vacina Pfizer foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 16 de dezembro. Além de não adotar medidas para o início da vacinação, o Ministério anunciou a realização de uma questionável consulta pública sobre o tema e que só será recomendada desde que haja prescrição médica e assinatura de termo de consentimento dos pais.
“É mais uma atitude equivocada do Governo Federal, que faz de tudo para deixar as crianças desprotegidas contra a doença, na contramão do mundo todo e das orientações das autoridades sanitárias. E atinge, principalmente, as famílias mais pobres, que terão mais dificuldades para obter a vacina com essas exigências”, ponderou a ex-prefeita.