
Ex-prefeita de Santos, Telma homenageou o clube litorâneo com base no Requerimento de Congratulações 2440/2014, código de originalidade 1239796 261114 1348, de sua iniciativa. A direção do Clube receberá, nos próximos dias, a formalização do ato pela Assembleia Legislativa.
Neta de espanhóis de Andaluzia, Telma entregou uma placa comemorativa ao presidente do clube, Manoel Rodriguez Gonzalez. O prefeito de São Vicente, cidade vizinha, Luíz Cláudio Bili, também esteve presente. A cerimônia ocorreu antes da partida festiva entre as equipes masters do Jabaquara e do Santos.
"O Jabaquara é um marco de Santos e com uma contribuição especialíssima no cenário desportivo paulista. Só por ser um clube fundador da Federação Paulista ainda em atividade, já é motivo de orgulho para a população de Santos. Além disso, a história mostra que o nosso Jabuca é um local da resistência, porque passou pela Guerra, tendo inclusive que mudar seu nome original de Hespanha, e se manteve firme. O clube é ainda uma glória da nossa cidade, pela tradição da camisa amarela e vermelha, mas por ser, possivelmente, a agremiação que já esteve por toda a cidade, pois começou no bairro do Macuco, depois mudou-se para a Ponta da Praia e, agora, e desejamos que por muito tempo, na Caneleira, na querida Zona Noroeste", destacou Telma.
A deputada também revelou que atenderá a um apelo do presidente do clube, para intermediar a negociação de uma área junto à Secretaria de Patrimônio da União (SPU), órgão do Governo Federal.
HISTÓRIA
O Jabaquara Atlético Clube, da cidade de Santos, chega ao seu centenário. Com muitas glórias e fatos marcantes, a agremiação resistiu ao tempo e às adversidades, comemorando o aniversário de 100 anos com perspectivas cada vez mais promissoras.
Fundado em 15 de novembro de 1914, ainda chamado de Hespanha, é clube fundador da Federação Paulista de Futebol, tendo disputado, de 1927 a 1963, a Primeira Divisão do Futebol Estadual.
Em 1924, o atual Jabaquara – ou Jabuca, como é carinhosamente chamado – inaugurou o seu primeiro estádio, no bairro do Macuco, em Santos, batizando-o de “Estádio Antonio Alonso”, em homenagem ao proprietário do terreno. No local, surgiu a expressão “Leão do Macuco”. Foi, aliás, nesse campo, que o clube alcançou a primeira vitória internacional, por 3 a 2, em uma disputa contra a Seleção de Buenos Aires.
Depois, por questões financeiras, o Jabaquara precisou mudar-se para outras regiões da cidade, tendo seu campo de futebol na Ponta da Praia e, depois, em 1961, chegando à Caneleira, onde permanece desde então.
Um dos fatos mais marcantes da trajetória da agremiação foi a chegada da Primeira Guerra Mundial, que, em 1940, levando o Governo a determinar a mudança de nome, pois não era possível manter nomes de países em entidades nacionais, assim como ocorreu com o Palestra Itália, atual Palmeiras. Foi então que a direção do clube, em votação, decidiu homenagear o bairro santista onde a entidade nasceu, o Jabaquara, na Zona Noroeste de Santos.
Também chama a atenção a constelação de craques que vestiram a camiseta amarela e vermelha do Jabuca. O goleiro Gilmar dos Santos Neves é um dos mais expressivos, que jogou também no Cortinthias e foi campeão mundial pelo Santos e pela Seleção Brasileira.
A partir da década de 60, as dificuldades de ordem econômica atingiram diversos clubes de futebol, e ao Jabaquara não foi diferente. Em 1963, o clube foi rebaixado para a Segunda Divisão, e, quatro anos depois, abandonou o futebol profissional, retornando apenas 10 anos depois, para a disputa da Terceira Divisão do Futebol Paulista.
Curiosamente, a ausência do Jabaquara na Primeira Divisão tem muito a ver com o clube vizinho da cidade, o Santos. Em 1957, o Leão aplicou uma goleada de 6 a 4 no Santos, em plena Vila Belmira. A revanche ocorreu seis anos depois, em uma vitória santista por 5 a 3, resultando na queda e, consequentemente, a última vez que o Jabuca esteve entre os principais clubes paulistas.
Ao longo do tempo, o Jabuca oscilou entre divisões, mas nunca mais conseguiu retomar seu lugar entre a elite do futebol estadual. O momento mais festivo, contudo, ocorreu em 2002, quando o clube venceu, com uma invencibilidade de 23 jogos, a Série B-3, o que equivalente à sexta divisão estadual. Em 2007, a agremiação galgou à quarta divisão.
No ano seguinte, uma parceria com o Litoral Futebol Clube, tendo como idealizador o Rei Pelé, trouxe novo ânimo à comunidade e à torcida do Leão, ampliando a sua estrutura e o patrimônio.